Os Malditos da Terra: Parte: 03
Eles começaram a mover os móveis pesados para bloquear a
entrada, e a tensão parecia crescer a cada segundo. Os sons do exterior se
tornaram mais intensos, como se as criaturas soubessem que estavam perto.
"Você acha que vamos conseguir?" perguntou Rafael,
o olhar preocupado fixado em Jorge.
"Precisamos ter esperança. Se conseguirmos manter a
porta fechada e nos manter calmos, talvez consigamos sobreviver," Jorge
respondeu, mas sua voz vacilou, e ele não tinha certeza se acreditava nas
próprias palavras.
Enquanto trabalhavam para se proteger, Jorge começou a
perceber algo estranho na biblioteca. As sombras nas paredes pareciam se mover,
e ele não conseguia escapar da sensação de que estavam sendo observados. Ele
olhou para os outros, que também pareciam inquietos.
"Você sentiu isso?" ele perguntou, seu coração
disparando.
"Sentir o quê?" disse a mulher de cabelos curtos,
com um olhar confuso.
"Essas sombras… elas não parecem certas," Jorge
disse, olhando ao redor. "Como se houvesse algo mais aqui."
A tensão aumentou, e logo todos começaram a perceber. Um
sussurro percorreu o ar, e os livros nas estantes pareciam tremer. "O que
está acontecendo?" perguntou alguém, sua voz se quebrando.
"Devemos nos manter juntos!" Jorge gritou, mas
antes que pudesse terminar a frase, uma das estantes começou a se mover.
"Não!" Rafael gritou, enquanto a estante se
tombava, revelando uma passagem escura que se estendia para o desconhecido.
Os outros começaram a gritar, e Jorge sentiu seu coração
acelerar. "Todos, para trás!" ele ordenou. "Não se
aproximem!"
Mas era tarde demais. O som das criaturas do lado de fora se
intensificou, e a biblioteca parecia estar se tornando um epicentro de terror.
Jorge se virou para os outros, que estavam paralisados pelo medo.
"Precisamos decidir agora," ele disse, sua voz
firme. "Ou enfrentamos essas criaturas, ou exploramos a passagem."
O sussurro continuou, crescendo em intensidade. Algo estava
se agitando nas sombras, e Jorge teve certeza de que não podiam ficar parados.
"Vamos! Para a passagem!" a mulher de cabelos
curtos gritou, puxando os outros. "Se não, estaremos perdidos!"
Jorge hesitou, mas a urgência na voz dela era convincente.
Ele tomou uma respiração profunda, pegou a arma e começou a se mover em direção
à passagem. Os outros o seguiram, um a um, enquanto as sombras continuavam a se
mover ao redor deles.
Assim que entraram na passagem, Jorge se virou para olhar
para trás. A biblioteca estava agora cheia de sombras, e ele soube que não
havia mais como voltar.
"Vamos, rápido!" ele sussurrou, levando todos pela
passagem escura, cada passo os levando para mais longe da segurança.
Conforme avançavam, o ambiente ao redor começou a mudar. As
paredes eram úmidas e frias, e um odor forte e podre os envolveu. O grupo se
movia em silêncio, a tensão palpável enquanto eles desciam por um longo túnel
que parecia se estender sem fim.
"Estamos indo para onde?" perguntou Rafael, a voz
quase um sussurro.
"Não sei," Jorge respondeu, tentando manter a
calma. "Mas não podemos voltar."
Finalmente, o túnel se abriu em uma câmara subterrânea. A
luz fraca iluminava o espaço, revelando marcas de garras nas paredes e um chão
coberto de folhas secas e restos de livros.
"Isso não parece bom," disse um dos sobreviventes,
os olhos arregalados de medo.
"Devemos nos manter juntos," Jorge insistiu.
"Ver o que mais há aqui."
Eles começaram a explorar a câmara, mas logo perceberam que
estavam cercados. Silhuetas começaram a aparecer nas sombras, e os murmúrios
aumentaram em um crescendo.
"Estamos em apuros," Jorge disse, com a adrenalina
bombando em suas veias. Ele olhou para os outros, que estavam cada vez mais
tensos. "Preparem-se!"
Mas antes que pudessem se organizar, as criaturas se
lançaram para a frente, atacando como uma tempestade de sombras e garras. Jorge
disparou sua arma, mas a escuridão parecia engolir cada tiro.
Ele lutou para manter todos juntos, mas as criaturas eram
rápidas, e o terror tomou conta da câmara. As luzes começaram a falhar, e as
vozes dos sobreviventes se misturaram em gritos.
"Não podemos ficar aqui!" Jorge gritou.
"Temos que encontrar uma saída!"
Eles correram em direção a um canto da câmara, buscando
desesperadamente uma rota de fuga. O chão tremia sob seus pés, e o som dos
gritos e rosnados crescia.
"Ali!" gritou a mulher de cabelos curtos,
apontando para uma passagem que parecia se abrir em meio à escuridão.
"Vamos!" Jorge gritou, puxando todos em direção à
passagem.
Mas antes que pudessem alcançar a saída, uma sombra se
ergueu diante deles, bloqueando o caminho. Era uma figura monstruosa, alta e
imponente, com olhos que brilhavam na escuridão.
"Vocês não podem escapar," a criatura disse, sua
voz ecoando na câmara.
Jorge ficou paralisado, o coração batendo
descontroladamente. O que fazer? Eles estavam encurralados, sem saída. Mas,
naquele momento, ele decidiu que não podia desistir.
"Não vamos desistir," Jorge declarou, levantando a
arma e mirando diretamente na criatura. "Faremos o que for preciso para
sobreviver."
A figura gargalhou, um som profundo e ameaçador.
"Tentar lutar só os levará à morte."
"Seja o que for, não vamos deixar você nos
vencer!" Jorge respondeu, a determinação crescendo dentro dele.
A criatura avançou, e Jorge disparou, mas os tiros pareciam
atravessar a sombra, sem causar dano. A luta estava longe de acabar, e as
sombras dançavam ao redor deles.
"Preparem-se!" Jorge gritou, enquanto a criatura
avançava em sua direção. Eles estavam prestes a lutar por suas vidas, e Jorge
sabia que não podia deixar que o medo os consumisse.
E assim, no coração da escuridão, com as sombras se fechando
ao seu redor, Jorge e os sobreviventes se prepararam para a batalha final,
enfrentando a noite e os horrores que se escondiam nas sombras.
Enquanto Jorge e os sobreviventes lutavam contra a criatura
monstruosa, uma ideia ousada surgiu em sua mente. Eles precisavam de armas. E a
única forma de consegui-las seria voltar para a superfície, para o mundo que
antes conheciam. Com a criatura avançando e as sombras se fechando, Jorge
gritou: "Precisamos sair daqui! A única chance é chegar ao carro de
polícia que vimos na entrada da biblioteca!"
O grupo, embora ainda tremendo de medo, concordou. Com a
determinação de sobreviver, eles se dirigiram para a passagem estreita que
havia conduzido até a câmara subterrânea. Jorge liderava o caminho, com o
coração acelerado e a adrenalina correndo nas veias.
Enquanto avançavam pela passagem, o som de seus passos
ecoava nas paredes úmidas. O ar estava pesado e impregnado com um cheiro de
mofo. Os murmúrios de medo ainda ecoavam entre eles, mas Jorge manteve o foco,
lembrando que a única saída era enfrentar o desconhecido.
Quando finalmente emergiram da passagem, foram recebidos
pela escuridão da biblioteca. Os estantes estavam agora tombadas, e o lugar
exalava um silêncio mortal. "Rápido, pela porta!" Jorge ordenou, e
eles correram para a saída, ignorando os riscos que os cercavam.
Assim que atravessaram as portas pesadas da biblioteca,
foram recebidos pela escuridão da noite. As sombras dançavam na luz fraca dos
postes apagados, e o som distante de gritos e caos ainda ressoava. Jorge olhou
em volta, determinado a encontrar o carro de polícia.
"Ali!" ele gritou, apontando para um veículo
abandonado estacionado em um canto da rua. O carro tinha marcas de luta, com a
porta entreaberta e os vidros quebrados. "Vamos! Precisamos pegar o que
pudermos!"
O grupo correu até o carro, e Jorge puxou a porta. Dentro,
encontrou armas de fogo e equipamentos, tudo em um estado deplorável, mas
utilizável. Ele começou a distribuir armas entre os outros. "Rápido!
Peguem tudo o que puderem!" ele ordenou, enquanto suas mãos tremiam de
ansiedade.
Os sobreviventes se apressaram em pegar armas, munição e
coletes à prova de balas, enquanto Jorge se certificava de que todos estavam
armados. "Estamos prontos para o que vier!" ele declarou, a
adrenalina elevando sua confiança.
Mas quando estavam prestes a voltar, um tremor repentino fez
o chão estremecer sob seus pés. Jorge perdeu o equilíbrio e caiu.
"Cuidado!" ele gritou, mas já era tarde. A terra sob eles se abriu em
um buraco profundo, e todos caíram na escuridão.
O mundo girou em uma queda livre, e quando finalmente
atingiram o fundo, a dor e a confusão tomaram conta. Jorge se levantou,
atordoado, e rapidamente verificou se todos estavam bem. Os sobreviventes
estavam ao seu redor, alguns se levantando e outros gemendo de dor.
"Está todo mundo bem?" Jorge perguntou,
preocupado.
"Eu acho que sim," respondeu Rafael, olhando para
os lados enquanto tentava se recompor. "Mas para onde estamos agora?"
Jorge se virou e começou a explorar o novo ambiente. O
buraco os havia levado para uma espécie de túnel subterrâneo, e a atmosfera
estava pesada, com um ar denso que parecia carregado de umidade. As sombras se
moviam nas paredes, e um leve eco dos gritos da superfície ainda poderia ser
ouvido.
"Precisamos encontrar uma saída," Jorge disse, sua
voz firme. "Mas precisamos estar atentos. Não sabemos o que mais pode
estar aqui."
Enquanto se moviam pelo túnel, os sons de passos ressoavam
ao redor, e a sensação de serem observados voltou a afligir Jorge. Ele olhou
para os outros, que estavam tensos e nervosos. "Fiquem juntos!" ele
ordenou.
Quando eles avançaram mais, as paredes do túnel começaram a
se estreitar, e Jorge sentiu uma presença crescente. Algo estava se
aproximando, algo que queria os devorar.
De repente, do nada, sombras emergiram das paredes,
transformando-se em figuras humanas. Jorge reconheceu os rostos – eram os que
haviam desaparecido antes, os que eles pensavam estar mortos. "Eles
voltaram!" um dos sobreviventes gritou, recuando.
"Atirem!" Jorge gritou, levantando sua arma e
disparando contra as sombras. As balas atingiram os corpos, mas as criaturas
pareciam imunes, avançando sem hesitação.
Os sobreviventes começaram a atirar, e os ecos dos disparos
se misturaram aos gritos de terror. Jorge não sabia o que fazer; eles estavam
cercados. As criaturas começaram a atacar, e o pânico tomou conta. "Para
trás! Para trás!" ele gritou, tentando abrir caminho para uma saída.
As sombras continuavam a avançar, e Jorge percebeu que a
única opção era tentar encontrar um lugar seguro. "Precisamos
correr!" ele gritou, e o grupo começou a se mover em direção a uma
abertura que parecia promissora, mas logo perceberam que o túnel estava se
fechando.
Jorge tomou a liderança novamente, correndo para frente. O
buraco no chão parecia mais estreito e as sombras se tornaram mais agressivas.
"Não podemos parar! Temos que chegar a um lugar seguro!" ele
exclamou, disparando mais uma vez.
Enquanto corriam, Jorge podia sentir o calor das criaturas
atrás deles, a respiração ofegante e a determinação feroz em seus olhares. Eles
não iam desistir.
Finalmente, eles atingiram uma câmara mais ampla. Jorge
olhou ao redor, respirando pesadamente. As criaturas ainda estavam atrás deles,
mas o espaço parecia ter mais opções. "Aqui! Vamos nos esconder!" ele
gritou, puxando os outros para trás de uma pilha de destroços.
"Conseguimos!" um dos sobreviventes exclamou, mas
Jorge sabia que isso não estava acabado. Eles ainda estavam em perigo.
"Vamos ficar quietos e esperar," Jorge sussurrou,
ouvindo os passos das criaturas se aproximarem. As sombras dançavam nas
paredes, e Jorge sentiu o frio na espinha. As criaturas pararam perto deles,
suas vozes ecoando na câmara.
"Vocês não podem escapar," uma delas sussurrou, e
Jorge prendeu a respiração. O pânico crescia, mas ele se esforçou para manter a
calma.
Enquanto esperavam, Jorge começou a pensar em um plano.
"Se conseguirmos distrair essas criaturas, talvez possamos escapar,"
ele murmurou para os outros, mas todos estavam em silêncio, ouvindo as vozes
sussurrantes que se aproximavam.
"Eu tenho algumas granadas," disse Rafael, sua voz
tremendo. "Podemos usá-las para criar uma distração."
"Ótimo!" Jorge respondeu, sua mente rapidamente se
ajustando ao novo plano. "Quando eu disser, jogue-as em direção ao túnel e
corra!"
As criaturas estavam perto, e Jorge sentiu o coração
acelerar. "Prontos? Agora!" ele gritou, e Rafael lançou as granadas.
Uma explosão ensurdecedora ecoou pela câmara, e as criaturas
gritaram. Jorge não hesitou. "Vamos!" ele gritou, e o grupo começou a
correr em direção à saída oposta.
As sombras estavam confusas, mas logo começaram a se
reorganizar. "Acelere!" Jorge gritou, enquanto corriam através do
túnel.
A adrenalina os impulsionava, e a esperança de uma saída se
intensificou. Mas, enquanto corriam, Jorge percebeu que as sombras estavam se
movendo mais rápido do que antes. "Elas estão nos seguindo!" ele
gritou, e o grupo disparou para frente.
Finalmente, avistaram uma luz à frente. "Ali! A
saída!" Jorge gritou, e todos se esforçaram para alcançar a luz, mas as
sombras estavam mais perto, suas garras se estendendo em direção a eles.
Com um último esforço, Jorge e os sobreviventes saltaram
para fora do túnel e caíram em um espaço aberto, cercados pela escuridão da
noite. Mas a liberdade estava ali, e eles estavam determinados a se manterem
juntos.
"Vamos! Para a próxima rua!" Jorge gritou,
liderando o grupo, mas enquanto corriam, o som de passos se intensificou. Algo
se aproximava novamente, e Jorge sabia que não poderiam parar.
"Temos que encontrar outro lugar seguro," ele
sussurrou para os outros. "E rápido!"
Mas não havia muito tempo. As sombras estavam perto, e Jorge
começou a correr em direção a uma esquina. "Sigam-me!" ele gritou,
sem olhar para trás. Eles precisavam escapar antes que fossem cercados
novamente.
Ao virar a esquina, Jorge viu uma porta entreaberta em um
edifício próximo. "Ali! Vamos para lá!" ele exclamou, e todos
correram para dentro.
Dentro, o ar estava pesado e silencioso. Jorge puxou a porta
atrás de si, tentando bloquear a entrada. "Precisamos de um lugar para nos
esconder!" ele sussurrou, enquanto procurava o que fazer em seguida.
O espaço era pequeno e desordenado, com móveis empilhados e
janelas cobertas. "Vamos nos esconder atrás daquelas mesas," sugeriu
Rafael, apontando para um canto.
O grupo rapidamente se juntou atrás dos móveis, tentando se
manter o mais silenciosos possível. O som das criaturas ainda ecoava do lado de
fora, e Jorge sentiu o coração bater descontroladamente.
"Se eles nos encontrarem aqui, estamos acabados,"
Jorge sussurrou. O grupo estava tenso, esperando ansiosamente pelo que viria a
seguir. A atmosfera estava carregada de medo e expectativa, e eles sabiam que o
perigo ainda estava à espreita.
As criaturas continuaram a se aproximar, e a sensação de
desespero começou a tomar conta de Jorge. O que era aquele lugar? O que eles
tinham se tornado? Enquanto as sombras se moviam nas paredes, Jorge decidiu que
eles precisavam de um plano. "Temos que encontrar uma maneira de sair
daqui," ele murmurou para os outros, sua mente fervilhando com ideias e
soluções.
Enquanto os ecos das criaturas se intensificavam do lado de
fora, Jorge começou a pensar em uma saída. "Precisamos descobrir onde
estamos," ele sussurrou. "Se conseguirmos um mapa ou alguma
informação, poderemos encontrar um caminho para sair desta cidade."
Os outros assentiram, seus rostos pálidos refletindo a
ansiedade. "E se as criaturas nos encontrarem antes disso?" perguntou
Sara, seu olhar cheio de medo. "O que faremos?"
"Não podemos pensar assim. Se ficarmos parados, seremos
encontrados," Jorge respondeu, forçando-se a manter a voz firme.
"Vamos procurar informações. Se esta for uma base abandonada ou um abrigo,
deve haver algo útil aqui."
O grupo começou a se mover com cautela, verificando cada
canto da sala. As mesas estavam cobertas de poeira, e as paredes estavam
repletas de fotos desbotadas de pessoas que uma vez chamaram aquele lugar de
lar. As janelas estavam cobertas por tábuas, deixando o ambiente ainda mais
escuro e opressivo. Jorge sentiu uma sensação estranha ao ver aquelas imagens;
lembranças de tempos mais simples e felizes.
"Vejam isso!" gritou Rafael, puxando um pedaço de
papel amarelado de uma mesa. "Parece um mapa da cidade!"
Jorge se aproximou rapidamente e olhou para o que Rafael
tinha encontrado. Era um mapa antigo da cidade, com várias anotações e marcas
em vermelho. "Isso pode ser útil," ele disse, examinando as áreas
destacadas. "Esses lugares podem ser pontos de interesse, ou até mesmo
esconderijos. Precisamos encontrar um que esteja mais longe do centro da
cidade, onde as criaturas são mais ativas."
"Mas como vamos chegar lá? Estaríamos nos expondo de
novo," disse Sara, inquieta.
"Podemos nos mover à noite, quando eles são mais ativos
nas ruas. Se estivermos em um lugar isolado, teremos uma chance melhor de
sobreviver," Jorge sugeriu, sentindo-se mais confiante. Ele continuou a
estudar o mapa, localizando uma possível rota de fuga.
"Este lugar aqui," Jorge disse, apontando para uma
área no mapa. "É um parque, não muito longe daqui. Se conseguirmos chegar
até lá, podemos nos esconder nas árvores e planejar nosso próximo
movimento."
"Isso parece arriscado," interveio Rafael.
"Mas é a única opção que temos agora."
Jorge assentiu, olhando para cada um dos seus companheiros.
"Precisamos agir rapidamente. A qualquer momento, essas criaturas podem
descobrir que estamos aqui."
Eles decidiram passar um tempo se preparando, coletando tudo
o que podiam do abrigo. Armados com armas, lanternas e alguns suprimentos que
encontraram, eles se sentiram mais confiantes. O plano era simples: sair assim
que a noite caísse e correr para o parque.
Finalmente, quando a luz do dia começou a desaparecer, Jorge
olhou pela fresta da janela. A escuridão estava se aproximando rapidamente.
"Está na hora," ele disse, seu coração acelerando. "Todos
prontos?"
O grupo concordou, e com um último olhar ao redor do abrigo,
Jorge levou-os para a porta. Ao abrir, o frio da noite os envolveu como um
manto pesado. As sombras pareciam mais profundas, e os sons da cidade agora
eram distantes e assustadores.
Eles avançaram lentamente, evitando qualquer barulho
desnecessário. Jorge liderava, mantendo a arma firme em suas mãos, pronto para
qualquer eventualidade. Enquanto atravessavam as ruas, ele não conseguia deixar
de sentir que algo os observava, que as criaturas estavam cientes de sua
presença.
Quando finalmente chegaram ao parque, a atmosfera parecia
diferente. As árvores se erguiam como sentinelas, e o sussurro do vento entre
as folhas criava uma sinfonia de temor. "Aqui estamos," Jorge
sussurrou, olhando ao redor. "Precisamos encontrar um lugar onde possamos
nos esconder e observar."
Eles se moveram para dentro do parque, procurando um local
que oferecesse cobertura. A escuridão os envolveu, e a única luz vinha das
estrelas que piscavam timidamente acima. Jorge encontrou um arbusto denso, onde
puderam se esconder.
"Fiquem aqui e fiquem quietos," Jorge instruiu,
enquanto ele se movia para observar os arredores. Ele sentou-se contra uma
árvore e fechou os olhos por um momento, tentando ouvir qualquer som que
indicasse a presença das criaturas.
Após alguns minutos, o silêncio foi quebrado por um barulho
à distância. Jorge abriu os olhos rapidamente, seu coração disparando.
"Vocês ouviram isso?" ele perguntou, seu tom de voz baixo e ansioso.
Sara e Rafael assentiram, com os olhos arregalados. "O
que foi?" perguntou Rafael, seu rosto pálido na penumbra.
"Não sei, mas parece que vem daquela direção,"
Jorge sussurrou, apontando para o caminho que levava mais fundo no parque. Ele
fez um gesto para que os outros ficassem em silêncio e começou a se mover
lentamente em direção ao som.
Enquanto se aproximavam, a sensação de terror começou a
aumentar. O barulho se intensificava, e agora era possível ouvir sussurros
misturados a gritos distantes. Jorge parou, gesticulando para que todos
ficassem atrás dele.
"Precisamos saber o que está acontecendo," ele
disse. "Fiquem perto e mantenham-se prontos para correr se for
preciso."
Com cuidado, eles avançaram e espiaram por trás de uma
árvore. A cena diante deles era aterradora. Uma série de figuras sombrias se
movia em círculos, dançando em um ritmo macabro, imitando os movimentos de
pessoas em pânico. Jorge sentiu um arrepio percorrer sua espinha ao reconhecer
os rostos – eram as vítimas desaparecidas, agora controladas pelas criaturas,
escravizadas em uma dança de morte.
"São eles," sussurrou Sara, seu tom de voz cheio
de horror. "Eles estão… dançando?"
"Não é uma dança. É uma armadilha," Jorge
respondeu, tentando controlar a onda de nojo que subia em seu estômago.
"Elas estão tentando nos enganar, atraindo-nos para fora da nossa
cobertura."
Enquanto observavam, Jorge percebeu que as criaturas estavam
se aproximando. Algumas estavam com os olhos fixos na direção onde eles se
escondiam, enquanto outras pareciam estar em um transe, seguindo a dança das
sombras. "Precisamos sair daqui," Jorge sussurrou, sentindo o pânico
subir.
Ele se virou para os outros, mas antes que pudesse dizer
algo, uma figura se destacou entre as sombras. Era uma criatura mais alta, com
um rosto deformado que parecia se contorcer em um sorriso maligno. Jorge teve a
sensação de que aquela entidade era a líder das sombras.
"Elas estão tentando nos atrair," ele disse, sua
voz agora cheia de urgência. "Precisamos nos mover."
Mas enquanto se preparavam para sair, uma nova onda de
gritos ecoou pelo parque. Jorge sentiu seu coração afundar ao perceber que as
criaturas estavam cientes da presença deles. "Rápido! Temos que ir!"
ele gritou, puxando Sara e Rafael enquanto se moviam em direção à saída do
parque.
Mas a escuridão parecia viva, fechando-se ao redor deles. Os
sons das criaturas se tornaram mais intensos, e as sombras começaram a se mover
mais rápido, como se estivessem correndo atrás deles. Jorge disparou em direção
a uma saída que se aproximava, mas a noite estava cheia de perigos.
Com a adrenalina a mil, eles conseguiram escapar do parque e
se mover em direção a um prédio abandonado. A entrada estava coberta por
detritos, mas Jorge não hesitou. "Entrem!" ele gritou, e todos
correram para dentro, o pânico empurrando-os para a segurança do que parecia
ser um antigo escritório.
Assim que entraram, Jorge fechou a porta com força e
empurrou um móvel pesado contra ela. O som de grunhidos e batidas se
aproximava, e Jorge sabia que não tinham muito tempo.
"Precisamos encontrar uma saída ou nos esconder de
novo," ele disse, ofegante. O lugar era sombrio e cheio de poeira, com as
janelas cobertas de tábuas, e a luz da lua mal penetrava no interior.
"Podemos usar este lugar como armadilha," sugeriu
Rafael, olhando ao redor. "Se pudermos fazer com que eles entrem aqui,
talvez possamos pegar alguns de surpresa."
Jorge concordou, pensando em todas as possibilidades.
"Vamos nos dividir e procurar uma maneira de fortalecer as portas e
janelas. Temos que estar prontos."
Enquanto os outros se moviam pelo espaço, Jorge ficou
próximo da janela, tentando ver o que estava acontecendo do lado de fora. As
sombras se moviam, e ele podia ouvir os gritos se aproximando. "Eles estão
vindo!" ele gritou. "Preparem-se!"
O grupo se reuniu novamente, posicionando-se perto das
portas e janelas, suas armas em mãos. "Quando eles entrarem, atiramos.
Precisamos ser rápidos," Jorge instruiu, seu coração batendo forte no
peito.
As batidas na porta começaram a aumentar, seguidas por
gritos distorcidos que ecoavam pela sala. Jorge sentiu um arrepio percorrer sua
espinha. "Estão aqui!" ele gritou, apontando a arma em direção à
porta.
E então, a porta se abriu com um estrondo, e as criaturas
entraram em massa, seus rostos distorcidos e garras afiadas prontos para
atacar.
"Agora!" Jorge gritou, e os tiros ecoaram pela
sala, enquanto eles disparavam contra as sombras que avançavam.
O tiroteio ressoou, mas as criaturas não pareciam se deter.
Elas eram rápidas e implacáveis, avançando em direção ao grupo com uma força
aterradora. Jorge sentiu a adrenalina correr em suas veias enquanto recarregava
sua arma, a luta pela sobrevivência agora em pleno andamento.
As balas encontravam seus alvos, mas algumas criaturas
continuavam a se mover, suas formas escuras quase ilusórias. "Precisamos
nos mover! Para as escadas!" Jorge gritou, percebendo que a sala se
tornara um campo de batalha caótico.
O grupo começou a recuar, lutando contra as sombras que se
aproximavam. Enquanto isso, as criaturas soltavam grunhidos distorcidos que
ecoavam pela sala, misturando-se ao som de disparos e gritos. O terror estava
se espalhando rapidamente.
"Vamos! Agora!" Jorge ordenou, levando todos em
direção à escada ao fundo da sala. Eles correram, tentando escapar da pressão
das sombras.
A escada estava escura e rangia sob seus pés, mas não podiam
parar. Cada passo era uma luta pela sobrevivência, e Jorge sabia que as
criaturas não iriam parar tão facilmente. Ele ouviu os gritos de seus amigos e
sentiu o peso da responsabilidade sobre seus ombros.
Assim que chegaram ao andar de cima, Jorge fechou a porta
atrás deles e se encostou contra ela, tentando recuperar o fôlego.
"Precisamos encontrar um lugar seguro para nos esconder," ele disse,
seu coração batendo descontroladamente.
"Vamos procurar por uma sala sem janelas," sugeriu
Rafael, ofegante. "Se ficarmos juntos, podemos conseguir."
Eles se moveram com cautela, procurando por qualquer lugar
que pudesse oferecer proteção. Enquanto caminhavam, Jorge não conseguia ignorar
a sensação crescente de que algo estava prestes a acontecer. A atmosfera estava
pesada, e o silêncio que se seguia era ensurdecedor.
Finalmente, eles encontraram uma sala no final do corredor,
suas paredes eram grossas e sem janelas. "Aqui! Vamos entrar!" Jorge
disse, puxando a porta e fazendo com que todos entrassem rapidamente.
Assim que se acomodaram na sala, Jorge trancou a porta. O
silêncio tomou conta, e todos ficaram em um canto, tentando controlar a
respiração. "O que faremos agora?" perguntou Sara, o medo refletido
em seus olhos.
"Esperar. Precisamos nos esconder e ficar
alertas," Jorge respondeu, olhando em volta. Havia uma mesa no centro da
sala, e eles se agruparam em volta dela, esperando a próxima onda de ataques.
Enquanto aguardavam, os sons das criaturas do lado de fora
começaram a diminuir. "Acho que elas não sabem onde estamos," Rafael
comentou, aliviado.
"Mas não podemos baixar a guarda," Jorge advertiu.
"Elas podem voltar a qualquer momento."
O grupo ficou em silêncio, a tensão no ar palpável. Jorge
sabia que não podiam se permitir relaxar; a luta pela sobrevivência estava
longe de terminar. Enquanto as sombras dançavam ao redor deles, ele olhou para
seus amigos e decidiu que precisavam ter um plano.
"Precisamos de uma estratégia," ele começou, sua
voz firme. "Temos que encontrar uma maneira de sair deste lugar e
continuar em busca de uma saída para essa cidade."
Sara e Rafael trocaram olhares, concordando. "Sim, mas
precisamos estar prontos para enfrentar as criaturas novamente," Sara
disse.
"Se conseguirmos encontrar algum tipo de armadilha ou
uma maneira de nos proteger, podemos nos mover com segurança," Jorge
continuou, sua mente começando a se encher de ideias.
"Eu vi algumas ferramentas na sala onde estávamos
antes," Rafael disse, acenando para Jorge. "Podemos tentar montar
algo que nos ajude."
"Ótimo, vamos fazer isso. Precisamos ser rápidos,"
Jorge respondeu, sua determinação crescendo. "Vamos lá e peguem o que
puderem. Precisamos de tudo o que pudermos reunir."
Eles se moveram rapidamente para sair da sala, determinados
a encontrar qualquer coisa que pudesse ajudá-los. Ao saírem, Jorge sentiu a
adrenalina voltar, seu corpo preparado para a luta. As sombras ainda estavam lá
fora, mas ele estava determinado a lutar.
Com coragem renovada, Jorge liderou o caminho de volta para
a sala anterior, os sons das criaturas ecoando em suas mentes. Eles sabiam que
a verdadeira luta estava apenas começando, e que precisariam ser mais astutos
do que nunca para sobreviver.
Enquanto avançavam, a atmosfera estava carregada de tensão,
e Jorge sentiu o peso das vidas de seus amigos em suas mãos. O que quer que
estivesse os esperando, eles enfrentariam juntos, e ele não permitiria que o
medo os dominasse.
Finalmente, ao chegarem à sala, Jorge olhou para os outros e
respirou fundo. "Vamos fazer isso. Para a nossa sobrevivência."
O coração de Jorge pulsava acelerado enquanto ele liderava o
grupo pelos túneis escuros e úmidos que serpenteavam sob a cidade. A iluminação
era precária, apenas a luz de suas lanternas projetava sombras dançantes nas
paredes de pedra. O eco de seus passos ressoava como um aviso, um lembrete
constante do perigo que ainda os cercava.
"Precisamos manter o silêncio," Jorge sussurrou,
fazendo um gesto para que o grupo diminuísse o tom de voz. "Não sabemos o
que mais pode estar por aqui."
Sara acenou, seu rosto pálido à luz fraca da lanterna.
"Acho que estamos perto da saída," ela disse, a esperança filtrando
em sua voz. "Sinto um frescor no ar."
"Sim, eu também," Rafael concordou, sua mão
firmemente segurando uma lanterna enquanto a outra segurava uma arma
improvisada. "Precisamos continuar. Se conseguirmos sair dessa cidade,
poderemos encontrar ajuda."
Continuar...
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