Os Malditos da Terra: Parte: 04/ Final
Eles avançaram com cautela, cada passo sendo um cálculo
entre o desejo de escapar e o medo de serem descobertos. Os túneis se
estreitavam e se alargavam, como se o próprio subsolo estivesse tentando
engoli-los. A umidade do ambiente tornava o ar pesado, e Jorge percebeu que
suas roupas estavam encharcadas, aderindo à pele.
Depois de alguns minutos de caminhada, finalmente chegaram a
uma entrada, iluminada pela luz do sol que filtrava através de uma grade
metálica. Jorge se aproximou e cuidadosamente ergueu a grade, permitindo que o
grupo saísse um por um. A liberdade estava a poucos passos, e ele mal podia
acreditar que tinham conseguido encontrar um caminho.
Quando todos estavam fora, a luz do dia os envolveu. Eles
estavam em um beco vazio, mas logo avistaram a cidade normal à sua frente.
Pessoas passavam sem se dar conta do horror que ainda os aguardava. O contraste
entre a normalidade da vida cotidiana e a escuridão que haviam deixado para
trás era impressionante.
"Estamos livres," Jorge disse, olhando para os
rostos de seus amigos. A expressão de alívio e gratidão estava visível em cada
um deles, mas Jorge sabia que a luta ainda não tinha terminado.
"Precisamos avisar as pessoas que ainda estão lá
dentro," Rafael afirmou, seu olhar fixo no horizonte. "Se pudermos
organizar um grupo, podemos voltar e ajudar."
"Sim, não podemos deixar aqueles que ainda estão presos
lá," Sara concordou. "Devemos fazer algo."
Jorge assentiu, seu coração pesado. "Então vamos. Temos
que agir rápido."
Eles se dirigiram rapidamente à praça central da cidade,
onde a vida pulsava. O barulho de risadas, conversas e o som de crianças
brincando eram quase ensurdecedores, mas Jorge sentiu que precisava interromper
aquele cotidiano.
"Precisamos reunir as pessoas!" Jorge exclamou,
chamando a atenção de alguns transeuntes. "Há pessoas presas na cidade
abaixo! Elas estão em perigo!"
As pessoas começaram a se reunir, um misto de curiosidade e
preocupação em seus rostos. Jorge sentiu um nó se formar em seu estômago ao ver
que a incerteza sobre sua história era palpável.
"Escutem!" ele começou, seu tom urgente. "Nós
escapamos de um lugar horrível. Há criaturas lá embaixo, e ainda há pessoas
presas! Se não agirmos agora, elas podem nunca sair."
Uma mulher da multidão avançou. "Como podemos acreditar
em você? O que você quer dizer com criaturas?"
"Viemos de um lugar onde a escuridão tomou conta!"
Rafael interveio, sua voz elevada. "As pessoas estão em perigo! Precisamos
nos armar e voltar para resgatar aqueles que ainda estão lá!"
O murmúrio entre a multidão aumentou. Algumas pessoas
começaram a balançar a cabeça em descrença, enquanto outras pareciam
compreender a gravidade da situação. Jorge percebeu que precisava ser
convincente.
"Se vocês não acreditarem em nós, vão acabar se
arrependendo!" ele disse, sua voz cheia de fervor. "Vão ver as
consequências se não formos agora. Vamos! Unam-se a nós! Cada segundo
conta!"
Uma onda de determinação começou a surgir entre as pessoas,
e algumas começaram a correr em direção a suas casas para pegar armas e
suprimentos. Jorge e seus amigos formaram um círculo, observando enquanto as
pessoas se preparavam.
"Vamos nos encontrar no beco onde saímos," Jorge
instruiu. "Precisamos de todos prontos. Não podemos deixar ninguém para
trás."
Conforme os cidadãos se dispersavam, o grupo de Jorge se
preparou. Ele não podia deixar de sentir que a pressão estava crescendo. Cada
respiração era um lembrete do que estavam prestes a enfrentar.
"Se conseguirmos resgatar todos, podemos enfrentar
aquelas criaturas juntos," Sara disse, com um olhar de determinação.
Quando a multidão começou a se reunir novamente, Jorge
percebeu que alguns estavam armados com paus, facões e até mesmo algumas armas
de fogo. Eles estavam determinados, e a esperança começou a se espalhar como um
incêndio.
"Estamos prontos!" gritou um homem, brandindo uma
tocha. "Vamos mostrar a essas criaturas que não temos medo!"
A adrenalina percorria as veias de Jorge. Ele sentiu o peso
da responsabilidade, mas também uma onda de coragem. Se eles tivessem
esperança, poderiam superar qualquer coisa.
"Sigam-me!" Jorge gritou, liderando o caminho de
volta ao beco. O grupo seguiu, com determinação em seus rostos e a vontade de
salvar aqueles que ainda estavam em perigo.
Assim que chegaram ao beco, Jorge levou todos para o
interior do túnel que havia usado para escapar. A luz da tocha os iluminava
enquanto se moviam cuidadosamente, mantendo o silêncio.
"Temos que ser rápidos," Jorge sussurrou. "As
criaturas podem estar à espreita. Precisamos nos organizar."
Assim que entraram mais fundo nos túneis, a tensão começou a
aumentar novamente. O ambiente escuro e úmido era opressor, e Jorge não pôde
deixar de sentir que estavam sendo observados.
"Vamos seguir em silêncio," ele instruiu,
lembrando-se das lições aprendidas em sua fuga. "Se elas estiverem aqui,
podemos pegar de surpresa."
Eles avançaram, a luz das tochas criando sombras que
pareciam ganhar vida. Cada passo era uma batalha contra o medo, mas a
determinação do grupo estava presente.
Depois de alguns minutos de caminhada, chegaram a um ponto
onde o túnel se dividia em dois. Jorge olhou para os outros, inseguro sobre
qual caminho escolher.
"Qual direção?" Rafael perguntou, seu rosto tenso.
"Precisamos decidir rápido," Jorge respondeu,
analisando ambos os caminhos. "Eu sinto que devemos seguir para a direita.
Pode ser a entrada mais próxima para a cidade."
"Concordo," Sara disse. "Vamos por aí."
"Então vamos!" Jorge gritou, levando o grupo para
a direita.
O túnel se estreitava à medida que avançavam, e Jorge sentiu
o peso da tensão aumentar. Era como se a própria escuridão estivesse tentando
absorver o grupo, mas eles continuaram em frente.
Enquanto caminhavam, o som de grunhidos distantes começou a
ecoar ao longo do túnel. Jorge olhou para os outros, seus olhos arregalados.
"O que é isso?"
"Eu não sei," Rafael respondeu, seu tom tenso.
"Mas precisamos ficar prontos."
Assim que continuaram, o som se intensificou. Jorge sentiu
seu coração acelerar enquanto olhava em volta, procurando qualquer sinal das
criaturas. A escuridão parecia se aproximar, e as sombras nas paredes pareciam
mais ameaçadoras.
"Rápido, vamos nos esconder!" Jorge ordenou,
puxando todos para um canto mais escuro do túnel.
Eles se encostaram nas paredes frias e esperaram, respirando
devagar para não serem ouvidos. O som dos grunhidos se aproximava, e Jorge
sentiu a adrenalina bombear em suas veias. Ele estava determinado a proteger
seu grupo e a todos que ainda estavam na cidade.
As criaturas apareceram na luz das tochas, suas formas
grotescas se contorcendo e se movendo com uma agilidade inimaginável. Seus
olhos brilhavam com uma luz sinistra, e os grunhidos aumentaram, ecoando pelo
túnel.
"Estamos prontos," Jorge sussurrou, olhando para
os outros. "Na contagem de três, atacaremos."
Todos assentiram, suas expressões determinadas. Jorge
respirou fundo e começou a contar. "Um... dois... três!"
Eles se lançaram contra as criaturas, brandindo suas armas
improvisadas e disparando o que podiam. O túnel se transformou em um campo de
batalha, onde os sons de gritos e disparos se misturavam aos grunhidos
distorcidos das sombras.
A luta era feroz. Jorge se moveu com determinação, seu corpo
se movendo automaticamente enquanto ele atacava as criaturas. Ele viu Sara e
Rafael lutando ao seu lado, suas expressões de concentração e coragem o
encorajando a continuar.
"Para a liberdade!" Jorge gritou, sentindo a força
da luta crescer dentro dele. "Não podemos parar!"
Mas as criaturas eram mais numerosas do que haviam
imaginado. A cada golpe, mais sombras surgiam, atacando com garras afiadas e
dentes expostos. O grupo estava sendo empurrado para trás, e a sensação de
desespero começou a se infiltrar na mente de Jorge.
"Precisamos recuar!" Rafael gritou, ferido em um
braço. "Não vamos conseguir!"
"Não podemos desistir!" Jorge respondeu, seu
coração disparando. "Temos que lutar! Temos que resgatar as pessoas!"
Eles estavam cercados, mas Jorge se recusava a se render. O
que havia aprendido em sua jornada nas profundezas da cidade não poderia ser
esquecido. Ele sentiu a força de sua determinação se acender, e, com um grito
de guerra, atacou novamente, mas desta vez, algo estava mudando.
As criaturas hesitaram. Em meio ao caos, uma luz começou a
brilhar em uma das aberturas do túnel, refletindo a luz das tochas e iluminando
a escuridão. Jorge percebeu que era uma nova oportunidade.
"Para a luz!" ele gritou, correndo em direção à
abertura. "Sigam-me!"
O grupo se lançou em direção à luz, as criaturas tentando
alcançá-los. A adrenalina o impulsionou e, com cada passo, Jorge sentiu que a
esperança renascia. Se conseguissem escapar, poderiam salvar aqueles que ainda
estavam presos na cidade.
Ao alcançar a abertura, Jorge se virou para enfrentar as
criaturas, seu coração batendo forte. "Não podemos deixá-las nos
alcançar!"
Ele se posicionou à frente, pronto para enfrentar o que
viesse, mas a luz os envolveu, e, naquele momento, uma onda de força percorreu
seu corpo. Ele não estava mais sozinho.
Os outros se juntaram a ele, e juntos, eles enfrentaram as
criaturas com uma nova determinação. O que era uma batalha desesperada se
transformou em uma luta de união, cada um apoiando o outro.
Conforme o grupo avançava em direção à luz, o som das
criaturas se tornou distante, e, finalmente, eles emergiram na superfície. A
luz do sol os atingiu com uma intensidade que quase os cegou, mas, assim que os
olhos se ajustaram, um novo mundo se revelou diante deles.
Eles estavam fora, a cidade normal à vista, mas algo havia
mudado. As sombras pareciam mais longas, e a sensação de que o perigo ainda os
seguia se tornava palpável. Jorge olhou para trás, a entrada do túnel agora uma
sombra escura.
"Temos que voltar," ele disse, seu olhar
determinado. "Temos que salvar os outros."
O grupo assentiu, e Jorge sentiu a pressão de sua
responsabilidade mais forte do que nunca. Eles se prepararam para a próxima
fase de sua jornada, determinados a enfrentar o que estivesse à espreita na
escuridão. A luta estava longe de acabar, e Jorge sabia que eles precisavam ser
mais do que apenas sobreviventes; precisavam ser os salvadores daqueles que
ainda estavam perdidos nas sombras.
Os ecos do túnel ainda ressoavam em sua mente, mas Jorge não
teve tempo para hesitar. A adrenalina pulsava em suas veias enquanto ele olhava
para os rostos determinados de seus amigos. Eles haviam enfrentado o
desconhecido, e agora precisavam voltar para a cidade e salvar aqueles que
ainda estavam em perigo.
"Estamos prontos?" Jorge perguntou, seu olhar fixo
na entrada do túnel.
"Prontos," respondeu Sara, a voz firme.
"Sim," Rafael confirmou, sua expressão determinada
apesar da ferida no braço.
Com um último olhar para a cidade ensolarada, o grupo se
virou e começou a descer novamente para as profundezas. O ar se tornou mais
frio e pesado à medida que se afastavam da luz do sol, e as sombras pareciam se
esticar, esperando por sua chegada.
O caminho de volta ao túnel parecia mais longo, mais
opressor. O grupo andou em silêncio, cada um imerso em seus próprios
pensamentos e medos. Jorge se perguntava quantas vidas ainda estavam em risco,
quantos gritos ecoavam nas escuras galerias abaixo.
"Vamos manter a formação," Jorge disse, sua voz
baixa. "Não podemos nos deixar separar."
Quando chegaram à bifurcação, Jorge hesitou novamente. Ele
olhou para a esquerda, onde o túnel parecia mais estreito e mais escuro, e para
a direita, onde a luz parecia um pouco mais forte.
"Devemos ir para a direita," Sara sugeriu. "A
luz pode significar que há alguém lá."
Jorge assentiu e os conduziu pelo túnel da direita, que se
tornava cada vez mais iluminado à medida que avançavam. O ar também parecia
mudar, preenchido com um odor familiar — o mesmo cheiro de mofo e sujeira que
havia sentido antes.
À medida que se aproximavam da luz, a atmosfera começou a se
encher de murmúrios e gritos abafados. Jorge sentiu uma onda de esperança, mas
logo um frio na espinha o avisou: aquilo não poderia ser bom.
"Estamos perto," ele murmurou, acelerando o passo.
Finalmente, o grupo emergiu em uma sala ampla. Era uma
câmara subterrânea, com paredes de pedra cobertas de musgo e um teto tão alto
que se perdia na escuridão. No centro da sala, uma plataforma se erguia,
cercada por criaturas grotescas que se moviam em um padrão quase hipnótico.
As criaturas estavam agrupadas em torno de uma entrada
escura. Através da luz tênue, Jorge viu figuras humanas se movendo, parecendo
perdidas e apáticas. O coração dele acelerou. Aqueles eram os que haviam sido
capturados.
"Precisamos agir," ele disse rapidamente. "Se
elas estiverem hipnotizando as pessoas, devemos quebrar esse
encantamento."
Rafael e Sara trocaram olhares. "Como fazemos
isso?" Rafael perguntou, segurando a arma de fogo em mãos.
Jorge observou as criaturas, percebendo que elas não estavam
apenas alimentando-se do medo; estavam absorvendo as emoções de seus
prisioneiros. Uma ideia surgiu em sua mente, mas era arriscada.
"Precisamos distrair as criaturas. Enquanto elas
estiverem ocupadas, poderemos libertar as pessoas," Jorge sugeriu.
"Como vamos fazer isso?" Sara perguntou, franzindo
a testa.
Jorge olhou para a câmara e teve uma ideia. "Vou me
aproximar e chamar a atenção delas. Assim que elas estiverem distraídas, vocês
vão até os prisioneiros e os libertam."
"Você está maluco?" Rafael exclamou. "Isso é
muito perigoso!"
"Se não fizermos isso, não teremos outra chance,"
Jorge respondeu, a determinação transparecendo em sua voz. "Confie em
mim."
Os dois hesitaram, mas finalmente assentiram. "Cuidado,
Jorge," Sara sussurrou.
Jorge respirou fundo, sentindo o peso de suas decisões. Ele
se aproximou da plataforma, fazendo o máximo de barulho que podia. "Ei!
Criaturas! Olhem para mim!"
As criaturas se voltaram, seus olhos brilhando com um brilho
malévolo. Jorge sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas ele continuou,
gritando com todas as suas forças. "Venham me pegar, suas
monstruosidades!"
As criaturas avançaram em sua direção, suas garras afiadas e
dentes expostos, mas Jorge sabia que tinha conseguido o que queria. Rafael e
Sara correram em direção aos prisioneiros, tentando romper as correntes
invisíveis que os prendiam.
"Agora!" Jorge gritou, desviando de um ataque de
uma das criaturas. Ele se movia com agilidade, correndo pela câmara e atraindo
a atenção delas.
As criaturas pareciam se alimentar da raiva e do medo que
emanavam de Jorge, mas ele não ia parar. Ele se lançou para a esquerda, fazendo
um movimento para a direita, tentando mantê-las longe de seus amigos. Enquanto
isso, Rafael e Sara estavam lutando para libertar os prisioneiros.
A sala estava cheia de gritos e rugidos enquanto as
criaturas perseguiam Jorge, mas ele sentia a adrenalina pulsar em suas veias.
Ele não podia falhar.
Finalmente, um dos prisioneiros começou a se recuperar, seus
olhos focando lentamente na cena. "Onde estou?" ele murmurou,
balançando a cabeça.
"Venha! Precisamos sair!" Sara gritou.
Mas as criaturas perceberam o que estava acontecendo e se
voltaram para os prisioneiros. Jorge gritou para eles, "Continuem!
Libertem-se!"
A medida que as criaturas atacavam, Jorge sentiu um golpe
forte nas costas, fazendo-o cair. Ele rapidamente se virou, vendo uma das
criaturas se aproximar com garras afiadas. A adrenalina disparou e ele se
lançou para o lado, evitando o ataque por pouco.
"Vamos, vamos!" Rafael gritou, puxando os
prisioneiros para longe das criaturas.
A cena se tornava caótica. Jorge estava cercado, mas não
podia desistir. Ele se levantou rapidamente, encarando a criatura que o havia
atacado. Com um movimento rápido, ele pegou uma pedra do chão e a arremessou
com todas as suas forças. A pedra atingiu a criatura no rosto, fazendo-a
hesitar.
"Agora!" Jorge gritou, e seus amigos começaram a
empurrar os prisioneiros em direção à saída.
Os prisioneiros começaram a se mover, alguns ainda
atordoados, mas outros despertando para a realidade do que estava acontecendo.
A luz da saída era quase uma promessa de liberdade.
"Saia! Saia!" Jorge gritou, atacando outra
criatura que se aproximava, sentindo a força da luta em seus músculos.
Ele sentiu um puxão na camisa e viu Sara atrás dele, seu
olhar cheio de determinação. "Vamos, Jorge! Temos que sair!"
Jorge se virou para a criatura e deu um soco, conseguindo
desviar de seu ataque. As criaturas estavam ficando mais furiosas, e Jorge
sabia que não poderiam aguentar por muito mais tempo.
"Conseguimos!" Rafael gritou, puxando um
prisioneiro para fora. "Vamos!"
A sala estava em desordem, mas o grupo estava avançando.
Jorge, Sara e Rafael começaram a correr em direção à saída, deixando as
criaturas para trás.
Quando finalmente chegaram ao túnel que levava para fora, a
sensação de liberdade os envolveu como um abraço. O ar fresco do exterior era
uma bênção após a opressão da câmara.
Eles correram em direção à luz do dia, suas pernas cansadas,
mas seus corações pulsando com a esperança renovada. Jorge olhou para trás e
viu as criaturas tentando sair da câmara, mas as sombras estavam se fechando em
torno delas.
Ao chegarem à superfície, o grupo parou por um momento,
ofegante, absorvendo a luz do sol que banhava seus rostos. Era difícil
acreditar que tinham conseguido.
"Estamos a salvo!" Sara gritou, suas palavras
ecoando na cidade tranquila.
Mas Jorge sabia que a batalha não estava totalmente vencida.
Eles ainda precisavam enfrentar as consequências do que haviam descoberto. As
criaturas poderiam retornar, e a cidade ainda estava em risco.
"Precisamos contar a todos o que aconteceu," Jorge
disse, olhando para os prisioneiros. "Precisamos nos unir e garantir que
ninguém mais seja capturado."
O grupo assentiu, e juntos, começaram a fazer o caminho de
volta para a cidade, suas almas ainda vibrando com a adrenalina da luta.
À medida que se aproximavam da praça central, Jorge sentiu
um novo senso de propósito. Ele não estava apenas lutando por sua
sobrevivência; estava lutando para proteger aqueles que ainda estavam
vulneráveis.
Quando chegaram à praça, o grupo se reuniu em torno de
Jorge, e ele começou a falar. "Nós enfrentamos as sombras e voltamos. Há
uma nova ameaça sob nossos pés, mas juntos, podemos superá-la."
A multidão começou a se reunir, a preocupação e a
determinação estampadas em seus rostos. Jorge percebeu que a união deles era a
chave para enfrentar o que ainda estava por vir.
"Vamos nos preparar," ele continuou. "Vamos
montar patrulhas e organizar a cidade. Não podemos deixar que essas criaturas
voltem a nos atacar."
Os cidadãos começaram a murmurar, e logo, um sentimento de
solidariedade começou a se espalhar. Jorge sentiu que a esperança estava
renascendo, e sua determinação se solidificou.
Enquanto o grupo se organizava, Jorge olhou para seus
amigos. "Fizemos isso juntos. E juntos, vamos garantir que ninguém mais
sofra."
Ele sabia que a luta estava longe de acabar, mas naquele
momento, ele sentiu que estavam prontos para enfrentar o que viesse a seguir. O
verdadeiro terror não era o que havia surgido nas sombras, mas a certeza de que
a luz da esperança sempre poderia brilhar, mesmo nos lugares mais sombrios.
Fim.
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