Titã: Capítulo: 10
No acampamento, os guerreiros estavam reunidos em preparação para a batalha que se aproximava. Os arpões, gigantescas armas criadas para penetrar as escamas dos dragões, estavam prontos. Forjados com o conhecimento antigo que Elian, Thalion e Alaric haviam encontrado no tomo, esses arpões eram nossa esperança.
Os cavaleiros e arqueiros carregavam os arpões para as
posições designadas, seus semblantes sérios e determinados. O som do metal
sendo preparado e das cordas sendo esticadas preenchia o ar. Elian e Thalion
estavam no centro das preparações, organizando as equipes e garantindo que
todos estivessem prontos.
"Esta pode ser nossa melhor chance," disse Elian,
olhando para Thalion. "Se conseguirmos acertar o dragão com esses arpões,
podemos virar a maré da batalha."
Thalion assentiu. "Temos que estar prontos para
qualquer coisa. Esses dragões são astutos e poderosos. Não podemos
subestimá-los."
Finalmente, o som de um rugido distante ecoou pelo
acampamento, fazendo com que todos ficassem em alerta. Os dragões estavam se
aproximando. Os magos começaram a conjurar escudos protetores ao redor do
acampamento, enquanto os arqueiros se preparavam para lançar os arpões.
O primeiro dragão apareceu no horizonte, suas asas enormes
bloqueando o sol enquanto ele voava em direção ao acampamento. Elian levantou a
Drakonsbane, sinalizando para os arqueiros.
"Agora!" ele gritou.
Os arqueiros dispararam os arpões, grandes flechas com
pontas encantadas, direto em direção ao dragão. As flechas cortaram o ar com um
silvo mortal, muitas delas ricocheteando das escamas impenetráveis, mas algumas
conseguiram perfurar a pele do dragão.
O dragão rugiu de dor, sua fúria evidente. Ele se contorceu
no ar, tentando sacudir os arpões de seu corpo, mas os ferimentos eram
profundos. Elian viu uma oportunidade e correu em direção à criatura,
preparando a Drakonsbane para um golpe fatal.
Antes que ele pudesse atacar, algo inesperado aconteceu. O
ar ao redor do dragão começou a brilhar com uma luz estranha, e um portal se
abriu diante dele. O dragão, ainda rugindo de dor, desapareceu pelo portal,
deixando todos no acampamento em um silêncio atordoado.
"O que foi isso?" perguntou Thalion, correndo para
o lado de Elian.
Elian olhou para o local onde o dragão havia desaparecido,
sua mente girando com perguntas. "Não sei. Nunca ouvi falar de dragões
capazes de usar portais assim."
Alaric, que havia se juntado a eles, franziu a testa.
"Isso é preocupante. Se eles têm acesso a portais, podem atacar em
qualquer lugar, a qualquer momento."
Os líderes se reuniram novamente na tenda de comando,
tentando entender o que havia acontecido. "Precisamos descobrir mais sobre
esses portais," disse Elian, sua voz cheia de determinação. "Se
conseguirmos entender como eles funcionam, talvez possamos usá-los a nosso
favor."
Enquanto os magos estudavam o tomo antigo em busca de
respostas, os batedores foram enviados para explorar a área ao redor,
procurando sinais de onde o dragão poderia ter ido. As horas se passaram em uma
mistura de ansiedade e preparação.
Finalmente, um dos magos, um jovem prodígio chamado Kael,
veio até Elian com um olhar esperançoso. "Acho que encontrei algo,"
disse ele, segurando o tomo antigo. "Há menções de um antigo feitiço que
pode rastrear a assinatura mágica de um portal. Se conseguirmos realizar o
feitiço, talvez possamos descobrir para onde o dragão foi."
Elian e Thalion seguiram Kael até a área de estudos, onde
outros magos estavam reunidos. "Vamos tentar," disse Elian,
determinado. "Precisamos de todas as informações que pudermos obter."
Os magos começaram a conjurar o feitiço, suas vozes se
unindo em uma antiga língua mágica. A atmosfera no acampamento estava carregada
de expectativa, todos esperando para ver se o feitiço funcionaria.
Uma luz suave começou a emanar do tomo, crescendo em
intensidade até formar uma imagem no ar. Era um mapa da região, com um ponto
brilhante indicando a localização do portal que o dragão havia usado.
"É ali," disse Kael, apontando para o mapa.
"Se nos apressarmos, podemos chegar antes que o dragão se recupere
completamente."
Elian, Thalion e Alaric rapidamente organizaram um grupo de
ataque, composto dos guerreiros mais experientes e dos magos mais poderosos.
Eles sabiam que esta poderia ser sua melhor chance de enfrentar o dragão
novamente e, desta vez, talvez derrotá-lo de uma vez por todas.
"Vamos nos preparar," disse Elian, sua voz firme.
"Esta batalha ainda não acabou. Se nos unirmos e usarmos todos os recursos
que temos, podemos vencer."
O grupo de ataque se moveu rapidamente através das florestas
e montanhas, seguindo a assinatura mágica do portal. A viagem foi árdua e
perigosa, mas eles estavam determinados a chegar ao seu destino.
Finalmente, eles chegaram a uma clareira onde o ar estava
pesado com magia residual. No centro, havia um grande círculo de pedras
antigas, emanando uma luz fraca. Era evidente que este era o local do portal.
"Estamos perto," disse Thalion, observando as
pedras. "Preparem-se. O dragão pode estar em qualquer lugar."
Os guerreiros se espalharam, formando um círculo ao redor da
clareira, com as armas prontas e os magos preparando seus feitiços. A tensão
era palpável, todos esperando pelo momento de enfrentar a fera mais uma vez.
De repente, um rugido ressoou pela floresta, e o dragão
emergiu das sombras, suas escamas brilhando à luz fraca das pedras. Ele estava
ferido, mas sua fúria era evidente.
"Agora!" gritou Elian, levantando a Drakonsbane.
"Ataquem!"
Os arqueiros dispararam seus arpões, e os magos lançaram
feitiços de contenção. O dragão se contorceu e rugiu, mas desta vez, os
guerreiros estavam prontos. Eles sabiam que não podiam falhar.
A batalha foi feroz e implacável. O dragão soltava rajadas
de fogo, destruindo árvores e criando explosões de calor. Os guerreiros
avançavam com determinação, usando as lições aprendidas nas batalhas
anteriores.
Elian se moveu com agilidade, desviando dos ataques do
dragão e procurando uma abertura. Thalion e os outros magos conjuravam escudos
protetores e lançavam feitiços para distrair a criatura.
Finalmente, Elian viu sua chance. Com um grito de
determinação, ele lançou a Drakonsbane, que brilhou intensamente enquanto
cortava o ar. A lança atingiu o dragão diretamente no peito, penetrando
profundamente.
O dragão soltou um rugido final, sua força diminuindo. Ele
tentou lutar, mas os ferimentos eram graves demais. Com um último suspiro, a
criatura colapsou, suas asas se fechando ao seu redor.
O silêncio caiu sobre a clareira enquanto os guerreiros se
aproximavam cautelosamente. Elian, ofegante e exausto, olhou para o dragão
caído. "Conseguimos," disse ele, quase incrédulo. "Finalmente
conseguimos."
Mas antes que pudessem celebrar, um novo estrondo ecoou pelo
ar. Outro portal estava se formando, e o som de asas batendo podia ser ouvido à
distância. Elian e seus companheiros se prepararam para o que estava por vir,
sabendo que a luta ainda não havia terminado.
A clareira estava envolta em caos. Assim que um portal se
abriu, surgiram não apenas um, mas três dragões, cada um com escamas de uma cor
diferente e exalando uma aura de destruição pura. Os rugidos ressoaram como
trovões, anunciando a chegada dos novos inimigos. As tropas estavam exaustas e
despreparadas para enfrentar mais adversários de tamanha magnitude.
Elian olhou ao redor, vendo o medo nos olhos de seus
companheiros. Ele sabia que a retirada era a única opção sensata.
"Retirada!" ele gritou, sua voz se sobrepondo ao tumulto. "Para
o portal! Agora!"
Os soldados, arqueiros e magos começaram a recuar,
movendo-se o mais rápido que podiam em direção ao portal que ainda brilhava na
clareira. Os dragões não perderam tempo e começaram a atacar. Um dragão azul,
com escamas que cintilavam como safiras, soltou um sopro de gelo, congelando
vários guerreiros em seus lugares. Outro dragão, de escamas negras como a
noite, lançou rajadas de escuridão que envolviam e consumiam tudo em seu
caminho.
Os magos tentavam conjurar escudos e barreiras para proteger
os soldados em retirada, mas os dragões eram poderosos demais. Um após o outro,
os escudos foram quebrados como vidro, deixando os soldados expostos aos
ataques implacáveis. Elian e Thalion lideravam a fuga, tentando manter a ordem
enquanto os guerreiros se espalhavam em desespero.
Elian puxou seu amigo Alaric, que estava lutando contra um
dragão vermelho com chamas intensas, em direção ao portal. "Vamos! Não
podemos vencê-los aqui!"
Alaric, relutante, assentiu e seguiu Elian. Os dragões
estavam massacrando os soldados com uma brutalidade aterradora. O chão estava
coberto de gelo, fogo e corpos. A visão era dantesca, e o som de gritos e
rugidos ecoava pela clareira.
A medida que mais soldados chegavam ao portal, a situação
piorava. Os dragões, percebendo a fuga, intensificaram seus ataques. O dragão
negro abriu suas asas enormes e voou baixo, soltando uma rajada de escuridão
que engoliu vários guerreiros. O dragão azul, com um movimento poderoso de sua
cauda, destruiu árvores e derrubou os magos que estavam tentando abrir mais
portais.
Elian, Thalion e Alaric estavam entre os últimos a chegar ao
portal. "Vão! Vão!" Elian gritava, empurrando os soldados para
atravessarem. Ele olhou para trás e viu o dragão vermelho se aproximando
rapidamente, suas mandíbulas abertas e exalando fogo.
O dragão soltou uma rajada de fogo diretamente em direção ao
portal, e Elian e os outros mal conseguiram se jogar para o lado a tempo. O
calor era insuportável, e a explosão lançou detritos e chamas em todas as
direções. Vários soldados não conseguiram escapar e foram consumidos pelo fogo.
Finalmente, Elian, Thalion e Alaric atravessaram o portal,
caindo no chão do outro lado, exaustos e feridos. O portal se fechou atrás
deles, deixando os dragões do outro lado, mas a imagem da destruição e do
massacre ainda estava fresca em suas mentes.
Os sobreviventes estavam em estado de choque. Alguns
choravam, outros estavam em silêncio absoluto, incapazes de processar o que
havia acontecido. Elian levantou-se com dificuldade, ajudando Thalion e Alaric
a se levantarem também. Ele olhou ao redor, vendo os rostos desesperados e
cansados de seus companheiros.
"Precisamos de uma nova estratégia," disse
Thalion, ofegante. "Esses dragões... são diferentes de qualquer coisa que
já enfrentamos."
Elian assentiu, limpando o suor e o sangue do rosto.
"Precisamos informar aos outros. Mobilizar todas as nossas forças. E
descobrir como combater esses portais."
Alaric, ainda abalado, acrescentou: "E precisamos
encontrar um lugar seguro para os sobreviventes. Este local não é mais
seguro."
Eles começaram a organizar os sobreviventes, distribuindo
suprimentos e cuidando dos feridos. Os magos, exaustos mas determinados,
começaram a conjurar um novo portal para levar todos para uma fortaleza
distante, longe da ameaça imediata dos dragões.
Enquanto aguardavam a abertura do portal, Elian se aproximou
de Thalion. "Precisamos descobrir de onde esses dragões estão vindo. E
porque agora."
Thalion concordou. "Há algo maior acontecendo aqui.
Algo que não entendemos completamente. Mas vamos descobrir."
Finalmente, o novo portal foi aberto, e os sobreviventes
começaram a atravessar, um a um, para o novo refúgio. Elian, Thalion e Alaric
foram os últimos a passar, garantindo que todos estivessem a salvo.
Quando emergiram do outro lado, estavam em uma grande sala
de pedra, iluminada por tochas e cheia de guerreiros e magos prontos para
ajudá-los. O líder da fortaleza, um homem alto e imponente chamado Aric,
aproximou-se para cumprimentá-los.
"Bem-vindos," disse Aric, sua voz profunda e
autoritária. "Ouvi sobre o ataque. Precisamos de todas as informações que
vocês têm."
Elian, Thalion e Alaric começaram a relatar tudo o que havia
acontecido, desde o ataque inicial até a terrível descoberta dos portais. A
expressão de Aric se tornou mais sombria a cada detalhe.
"Então não estamos enfrentando apenas um dragão,"
disse Aric, pensativo. "Estamos enfrentando uma ameaça muito maior. E
precisamos estar preparados."
As próximas horas foram um turbilhão de atividades.
Mensageiros foram enviados para outras cidades, convocando reforços. Os magos
começaram a estudar os portais, tentando entender sua natureza e como poderiam
ser usados contra os dragões. Guerreiros treinavam incansavelmente,
preparando-se para a próxima batalha.
Elian, Thalion e Alaric se reuniram em um canto da sala,
discutindo suas próximas ações. "Precisamos encontrar uma maneira de
fechar esses portais," disse Elian. "Ou pelo menos, controlar para
onde eles levam."
"Concordo," disse Thalion. "Mas isso não vai
ser fácil. Esses dragões têm acesso a um poder antigo e desconhecido."
Alaric acrescentou: "E precisamos descobrir por que
agora. O que despertou esses dragões? O que os fez aparecer depois de tanto
tempo?"
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