Titã: Capítulo: 25


 O som estridente de alarmes mágicos ecoou pelos corredores do calabouço, interrompendo a calmaria recém-estabelecida. Alaric, ainda vestido com seu traje de piloto, correu até a sala de comando, onde Eldrin e Jorin já estavam a postos, analisando os monitores de cristal que mostravam várias áreas do calabouço.

"Dragões pequenos conseguiram infiltrar-se!" Jorin anunciou, apontando para os pontos vermelhos que se moviam rapidamente pelos corredores.

Alaric pegou seu comunicador de cristal e falou com firmeza. "Todas as unidades, preparem-se para o combate. Defendam o calabouço a qualquer custo!"

Os corredores logo se encheram de soldados armados com espadas e lanças encantadas, cavaleiros com armaduras reluzentes e magos preparando seus feitiços. Alaric sabia que, com os mechas grandes demais para se movimentarem eficientemente dentro dos corredores estreitos do calabouço, essa batalha seria vencida na base do combate corpo a corpo e da magia.

Os primeiros dragões pequenos, com cerca de dois metros de altura, entraram em uma das salas principais, suas escamas cintilando com uma luz esverdeada. Eles avançaram rapidamente, suas garras afiadas cortando o ar e suas mandíbulas prontas para morder.

Eldrin, à frente de um grupo de anões guerreiros, atacou primeiro. "Por nossas terras e nossas vidas!" ele gritou, sua voz reverberando pelas paredes de pedra. Ele brandiu um martelo de guerra com runas brilhando intensamente, e o impacto do golpe em um dos dragões ecoou como um trovão. O dragão cambaleou, mas não caiu.

Um mago, posicionado atrás da linha de frente, conjurou uma barreira mágica, bloqueando o avanço dos dragões e dando aos guerreiros uma chance de contra-atacar. "Segurem a linha!" ele ordenou, canalizando mais energia para fortalecer a barreira.

Alaric, liderando um grupo de cavaleiros, avançou pela lateral. "Ataquem os flancos! Não deixem que nos cerquem!" Ele girou sua espada longa, cujas lâminas estavam encantadas para cortar através das escamas dos dragões. Com um golpe preciso, ele atingiu o ponto fraco de um dragão, perfurando seu coração e derrubando-o.

Os dragões retaliaram com violência. Um deles lançou um jato de fogo esverdeado que atravessou a barreira mágica, queimando os escudos de alguns cavaleiros. Os gritos de dor e o cheiro de carne queimada encheram o ar. Alaric gritou para os magos. "Precisamos de mais defesas de fogo!"

Os magos rapidamente ajustaram seus feitiços, criando um campo de proteção contra o fogo que envolveu os guerreiros. A batalha continuou feroz, com as criaturas lançando-se contra os defensores, suas garras e dentes encontrando resistência nas armaduras e escudos.

Eldrin, vendo que a situação estava crítica, gritou para os anões. "Lancem as bombas de fragmentação!" Os anões retiraram pequenas esferas metálicas de suas bolsas e as lançaram contra os dragões. As esferas explodiram em fragmentos afiados, rasgando a pele dos dragões e causando ferimentos graves.

Os cavaleiros e soldados aproveitaram a oportunidade criada pela explosão para avançar com tudo, golpeando os dragões enquanto eles estavam atordoados. Alaric, no meio do caos, viu um dragão preparar-se para lançar outra rajada de fogo. Ele correu em direção à criatura, usando toda a sua força para cravar sua espada na garganta do dragão, interrompendo seu ataque mortal.

"Estamos conseguindo!" gritou Jorin, mas o alívio em sua voz foi breve. Mais dragões pequenos estavam se aproximando, suas silhuetas escuras visíveis nas entradas dos corredores.

Alaric olhou ao redor, avaliando rapidamente a situação. "Formem uma linha defensiva aqui! Não deixem que eles avancem mais!" Ele sabia que precisavam proteger as áreas internas onde os feridos e os sobreviventes estavam abrigados.

Os defensores reorganizaram suas posições, formando uma linha de escudos intercalados com lanças. Os magos, posicionados estrategicamente atrás, lançavam feitiços de apoio e ataques à distância. As criaturas não se intimidaram e atacaram com ferocidade, tentando romper a linha defensiva.

A batalha tornou-se uma dança caótica de aço e magia, com guerreiros lutando por suas vidas e a segurança de seus entes queridos. Eldrin, embora ferido, não recuou, usando seu martelo com precisão devastadora. "Por cada anão caído, um dragão deve morrer!" ele bradou, inspirando seus companheiros.

Os cavaleiros, ao lado de Alaric, lutavam com igual determinação. A espada de Alaric brilhava com um azul etéreo, cada golpe sua arma mágica cortava através da carne e osso dos dragões. Ele viu Lyra, uma das jovens pilotos, agora lutando a pé, sua lança atravessando o crânio de um dragão com uma habilidade impressionante.

Apesar das baixas, a linha defensiva mantinha-se firme. Os dragões, frustrados por não conseguirem romper as defesas, começaram a recuar, mas Alaric sabia que a vitória estava longe de ser certa.

“Não deixem que escapem! Acabem com eles enquanto temos a vantagem!” Alaric ordenou, sua voz uma mistura de cansaço e determinação.

Os guerreiros avançaram, empurrando os dragões de volta, golpeando sem piedade. Finalmente, após o que pareceu uma eternidade de luta, os últimos dragões pequenos foram derrubados. Os corredores estavam cheios de corpos de dragões e feridos, mas os defensores ainda estavam de pé.

Alaric limpou o suor da testa, olhando ao redor. “Mira, precisamos de cuidados médicos aqui, rápido!” Ele sabia que cada segundo contava para salvar os feridos.

Mira e outros magos curandeiros correram para o campo de batalha, começando o árduo trabalho de tratar os feridos. Os sobreviventes que ainda podiam andar ajudavam a carregar os mais gravemente feridos para áreas seguras.

Eldrin, mancando, aproximou-se de Alaric. “Foi uma batalha dura, mas vencemos. Precisamos reforçar essas defesas. Eles voltarão.”

Alaric assentiu, concordando. “Vamos nos preparar melhor. Precisamos de armadilhas, mais barreiras e mais armas. Não podemos deixar que eles cheguem tão perto novamente.”

Enquanto os defensores cuidavam dos feridos e limpavam o campo de batalha, a atmosfera no calabouço era uma mistura de alívio e preparação. Eles sabiam que essa batalha era apenas uma das muitas que ainda estavam por vir. Mas por agora, eles tinham conseguido proteger seu lar.

Na sala de comando, Alaric, Eldrin, Jorin e Kael reuniram-se novamente. “Precisamos revisar nossas estratégias,” disse Kael, apontando para o mapa. “Esses dragões pequenos são mais perigosos do que pensávamos. Precisamos encontrar uma maneira de prever seus ataques.”

“Concordo,” disse Alaric, seu olhar fixo no mapa. “E precisamos descobrir mais sobre essa nova espécie. Há algo mais acontecendo aqui, algo que ainda não entendemos.”

Enquanto eles planejavam e se preparavam para as futuras batalhas, sabiam que a luta pela sobrevivência estava longe de terminar. Mas com cada vitória, pequena ou grande, ganhavam um pouco mais de esperança.

Os dias após a batalha foram preenchidos com um silêncio pesado e trabalho incessante. Os corredores do calabouço, que antes ressoavam com o clamor da luta, agora estavam tomados pelo som de vozes sussurradas, passos cuidadosos e o ecoar distante das ferramentas dos ferreiros.

As pessoas estavam se recuperando lentamente. Os curandeiros, liderados por Mira, trabalhavam incansavelmente para tratar os feridos. Eldrin, apesar de suas feridas, ajudava onde podia, distribuindo provisões e oferecendo palavras de encorajamento. Alaric, ainda com a adrenalina da batalha correndo em suas veias, passou a organizar patrulhas e reforçar as defesas do calabouço.

As crianças, assustadas, mas curiosas, observavam os adultos trabalharem. Elas se reuniam em pequenos grupos, sussurrando histórias de bravura e esperança. Os anões, que sempre tiveram uma queda por construção e engenharia, estavam mais ocupados do que nunca, fortalecendo as estruturas do calabouço e preparando armadilhas para futuras invasões.

Na oficina, o ferreiro chefe, Brak, coordenava a reparação das armas e armaduras. Seu martelo ressoava em um ritmo constante, um som que trazia um certo conforto aos ouvidos dos habitantes do calabouço. “Vamos precisar de mais aço e gemas mágicas para reforçar essas armas,” ele comentou, sem levantar os olhos do que estava fazendo.

Alaric assentiu. “Já enviei alguns escavadores para procurar mais recursos. Precisamos estar preparados para o próximo ataque.”

Enquanto isso, na sala de estratégia, Jorin e Kael estudavam os mapas e registros. “Esses dragões pequenos são diferentes,” disse Kael, apontando para os desenhos e anotações. “Não são apenas filhotes. Devem ser uma subespécie ou alguma criação mágica.”

Jorin franziu a testa. “Precisamos entender de onde estão vindo. Se conseguirmos descobrir a origem, talvez possamos encontrar uma maneira de parar esses ataques.”

Os dias passavam devagar. A rotina do calabouço era marcada pela necessidade constante de reparos, treinamento e planejamento. Os sobreviventes começavam a se adaptar à nova realidade. As crianças, sob a supervisão vigilante de seus pais e professores, começavam a ter aulas novamente, aprendendo sobre história, magia e até estratégias de combate.

Uma noite, durante uma das reuniões de conselho, Alaric se levantou. “Precisamos estar mais unidos do que nunca. Nossos inimigos são fortes, mas nossa determinação é maior. Vamos continuar lutando e protegendo uns aos outros.”

Eldrin, assentindo, acrescentou: “Precisamos também fortalecer nossos laços com outros calabouços. A comunicação entre nós é vital para nossa sobrevivência.”

Foi decidido que magos seriam treinados para aprimorar as habilidades de comunicação mágica, criando uma rede mais eficiente entre os diferentes calabouços. Isso permitiria que informações sobre ataques, estratégias e recursos fossem compartilhadas rapidamente.

Enquanto os adultos trabalhavam em suas respectivas tarefas, as crianças do calabouço, inspiradas pelas histórias de bravura, começaram a formar pequenos grupos de "exploradores". Com a permissão e supervisão dos mais velhos, elas exploravam áreas seguras do calabouço, aprendendo sobre suas defesas e até ajudando na manutenção básica.

Uma dessas crianças, um garoto chamado Thom, estava especialmente interessado na construção de armadilhas. “Se fizermos essas armadilhas mais escondidas, os dragões pequenos não vão conseguir passar,” ele sugeriu a Brak, que olhou para o garoto com um sorriso orgulhoso.

“Você tem jeito para isso, garoto. Vamos ver o que podemos fazer,” respondeu Brak, aceitando a ajuda entusiasmada do jovem.

Enquanto isso, na biblioteca do calabouço, um mago idoso chamado Morwin estava mergulhado em antigos tomos e pergaminhos, procurando qualquer pista que pudesse ajudar a entender melhor os dragões pequenos. “Há algo que estamos perdendo,” ele murmurou para si mesmo, virando páginas amareladas pelo tempo.

Uma manhã, Morwin teve uma epifania. Ele correu até a sala de estratégia, onde Alaric e os outros estavam reunidos. “Encontrei algo!” ele exclamou, segurando um pergaminho antigo. “Esses dragões pequenos, eles são mencionados em antigos textos como ‘dracólitos’, criados por uma magia antiga para servir como batedores e espiões.”

Alaric franziu a testa. “Isso significa que estão sendo enviados por algo ou alguém. Precisamos descobrir quem está por trás disso.”

Jorin concordou. “E talvez, se conseguirmos interceptar a fonte, possamos interromper esses ataques.”

Os dias seguintes foram dedicados a estudar mais sobre os dracólitos e a preparar novas estratégias. Os defensores do calabouço continuavam suas patrulhas e treinos, enquanto os magos aprimoravam suas habilidades de comunicação.

Na forja, Brak e os anões estavam ocupados construindo novas armas e armaduras, incorporando as sugestões de Thom e outros jovens aprendizes. As armadilhas eram reforçadas e novas táticas eram desenvolvidas para enfrentar os dracólitos de maneira mais eficiente.

Uma tarde, enquanto o sol se escondia além das paredes de pedra do calabouço, Alaric reuniu todos os habitantes para uma assembleia. “Temos desafios pela frente, mas também temos a força e a determinação para superá-los. Vamos continuar trabalhando juntos, protegendo nosso lar e uns aos outros. Nossa união é nossa maior arma.”

Os aplausos ecoaram pelos corredores, uma mistura de esperança e determinação. A vida no calabouço era dura, mas cada dia que passava, a comunidade se tornava mais forte e resiliente.

No final da reunião, Alaric olhou ao redor, observando os rostos de todos. “Juntos, somos inquebráveis. Vamos continuar lutando, por nós e pelos nossos.”

Os dias se transformaram em semanas, e as semanas em meses. A rotina no calabouço se estabilizou, mas a tensão nunca desaparecia completamente. Embora os dragões não tivessem atacado novamente desde a última invasão, a ameaça constante pairava sobre todos.

O foco dos habitantes do calabouço agora era se preparar para qualquer eventualidade e fortalecer suas defesas. As aulas para as crianças continuaram, mas com um maior enfoque em autodefesa, táticas de sobrevivência e cooperação.

Thom, o garoto com talento para armadilhas, começou a treinar formalmente com os ferreiros anões. Brak, que assumiu o papel de mentor, estava impressionado com a rapidez com que o jovem aprendia. "Você tem talento, garoto. Logo construirá armadilhas melhores do que as minhas," ele dizia, meio brincando, meio sério.

Na biblioteca, Morwin e os outros magos continuavam suas pesquisas, procurando por qualquer pista que pudesse lhes dar uma vantagem contra os dragões. Os magos estavam dedicados a descobrir novos encantamentos de proteção e métodos para fortalecer ainda mais as defesas do calabouço.

Uma noite, enquanto todos estavam reunidos na grande sala comum para o jantar, Alaric subiu a uma plataforma improvisada para fazer um anúncio. "Tenho uma boa notícia para todos," começou ele, sorrindo. "Recebemos uma mensagem de um dos calabouços vizinhos. Eles também têm conseguido se defender dos ataques dos dragões pequenos e estão interessados em formar uma aliança mais forte conosco."

Os murmúrios de aprovação e alívio ecoaram pela sala. Uma aliança com outro calabouço significava mais recursos, mais guerreiros e, acima de tudo, mais segurança.

"Vamos organizar uma expedição diplomática para visitar nossos novos aliados," continuou Alaric. "Escolheremos alguns de nossos melhores para ir, estabelecer laços e compartilhar conhecimentos. Precisamos nos unir, agora mais do que nunca."

Enquanto a maioria estava ocupada com as preparações para a expedição, Eldrin passou a dedicar seu tempo a treinar os mais jovens em combate corpo a corpo e táticas defensivas. Ele sabia que, embora as grandes batalhas fossem travadas pelos mechas e pelos magos, cada habitante precisava estar preparado para se defender.

No fundo do calabouço, Brak e os anões, com a ajuda de Thom, trabalhavam em um novo projeto ambicioso: um sistema de armadilhas automáticas que poderia ser ativado remotamente em caso de invasão. "Precisamos estar prontos para qualquer coisa," disse Brak, observando o trabalho minucioso de seus artesãos. "Essas armadilhas podem fazer a diferença entre a vida e a morte."

Na sala de estratégia, Jorin e Kael continuavam a traçar planos e analisar relatórios. "Precisamos descobrir a origem dos dracólitos," disse Kael, apontando para o mapa. "Se pudermos encontrar onde estão sendo criados ou enviados, talvez possamos cortar o problema pela raiz."

Jorin assentiu. "Concordo. Mas até lá, precisamos garantir que nosso calabouço seja impenetrável. Cada detalhe conta."

Durante uma reunião do conselho, Eldrin levantou uma questão importante. "Precisamos também focar no moral das pessoas. Eles estão cansados e assustados. Precisamos de algo para levantar seus espíritos."

Mira, que estava presente na reunião, sugeriu: "Podemos organizar eventos comunitários, algo para tirar a mente deles dos dragões por um tempo. Talvez um festival ou competições amistosas."

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