Titã: Capítulo: 37
O céu do outro planeta estava tingido de vermelho, nuvens
escuras giravam em espirais ameaçadoras, enquanto os gritos das pessoas ecoavam
pelas ruas da cidade abaixo. O ar era pesado com o cheiro de destruição, e as
estruturas de pedra e metal da cidade se desmoronavam sob o poder destrutivo do
dragão. Suas asas imensas cortavam o ar com um som ensurdecedor, e cada batida
enviava ventos ferozes que varriam tudo à sua volta. O dragão, com escamas
negras que brilhavam como obsidiana, soltava rajadas de fogo enquanto circulava
acima da cidade em chamas.
Quando Elian e seu esquadrão de mechas emergiram do portal,
ele sentiu o peso da urgência. A cidade estava em ruínas, e o dragão parecia
imparável. Elian, no comando do Titã, rapidamente avaliou a situação. Sua mente
estava focada, sem espaço para hesitação. Ele abriu um canal de comunicação
para os outros mechas que o seguiam.
"Formação defensiva em torno das áreas com civis.
Precisamos afastar o dragão da cidade o mais rápido possível," sua voz era
firme e direta, como sempre.
"Entendido, Capitão," respondeu uma das vozes da
equipe, e imediatamente, os mechas assumiram suas posições, espalhando-se pelos
pontos críticos da cidade.
O Titã avançou pela cidade em destroços, suas pernas de
metal esmagando os escombros com facilidade. Elian ajustou os controles com
precisão, alinhando o mecha com a trajetória do dragão. Ele sabia que lutar
contra uma criatura dessa magnitude não era como enfrentar os dragões menores
que haviam combatido antes. Este era muito mais rápido, mais forte, e sua pele
parecia impenetrável.
O dragão percebeu a chegada dos mechas e rugiu, como se
estivesse desafiando-os. Suas asas se abriram com força, e ele mergulhou em
direção ao solo, mirando diretamente em Elian e o Titã. Elian ajustou os
controles, movendo o mecha para o lado enquanto preparava seus canhões de
plasma. No momento certo, ele disparou uma rajada direta na direção do dragão.
O plasma atingiu as escamas da criatura com um som
estrondoso, mas o dragão parecia quase inabalável. Ele girou no ar, soltando
uma enorme bola de fogo na direção de Elian. O Titã desviou por pouco, mas a
explosão que se seguiu sacudiu o mecha, fazendo-o cambalear por um momento.
Elian apertou os controles com força, estabilizando o Titã rapidamente.
"Essas escamas são resistentes demais," murmurou
Elian para si mesmo, enquanto ajustava a estratégia. Ele sabia que precisaria
de algo mais poderoso para realmente danificar a criatura.
Os outros mechas estavam igualmente ocupados, disparando
mísseis e rajadas de energia no dragão sempre que ele se aproximava. Apesar de
todos os esforços, a criatura continuava a causar destruição. Ela soltava seu
fogo devastador nas ruas, transformando veículos e edifícios em cinzas. Os
gritos dos civis se misturavam ao som das armas disparando.
Elian sabia que não poderiam manter essa luta por muito
tempo. Eles precisavam de uma solução rápida. "Equipe, vamos tentar atrair
o dragão para fora da cidade. Não podemos continuar lutando aqui com tantas
vidas em risco," disse ele através do comunicador.
"Entendido, Capitão. Vamos criar uma distração,"
respondeu um dos pilotos.
Os mechas começaram a se espalhar, tentando conduzir o
dragão para uma área menos povoada nos arredores da cidade. Mas a criatura,
como se sentisse a estratégia, pairou no ar por um momento, observando-os com
seus olhos flamejantes. Então, em vez de seguir os mechas, o dragão mergulhou
direto em direção a um dos edifícios mais altos que ainda restava de pé. A
estrutura começou a ruir imediatamente, caindo em pedaços enormes.
"O prédio vai desabar!" gritou um dos pilotos.
Elian agiu rápido. Ele ordenou ao Titã que se movesse com
toda a velocidade que o mecha podia suportar. Chegando ao pé do prédio no
último segundo, o Titã ergueu suas mãos metálicas para cima, segurando os
escombros que estavam prestes a despencar. O peso era imenso, e os braços do
mecha rangeram com o esforço, mas Elian conseguiu sustentar a estrutura tempo o
suficiente para que os civis que estavam dentro saíssem correndo para a
segurança.
Enquanto isso, o dragão observava de cima, como se estivesse
estudando os movimentos de seus adversários.
"Vamos precisar derrubar isso de uma vez por
todas," Elian disse em voz baixa, os olhos fixos no dragão. Ele sabia que
não poderiam continuar jogando defensivamente.
Ele ajustou os controles do Titã mais uma vez e começou a
carregar o canhão de alta energia que havia sido projetado especificamente para
criaturas como aquela. Era uma arma que não podia ser usada com frequência,
devido ao imenso consumo de energia, mas este era o momento.
"Todos os mechas, preparem-se para uma ofensiva
coordenada," ordenou Elian pelo rádio. "Quando eu disparar, ataquem
ao mesmo tempo. Vamos sobrecarregar as defesas desse dragão."
Os mechas se posicionaram, suas armas prontas. O ar parecia
vibrar com a tensão crescente, e até o dragão parecia hesitar por um breve
segundo, como se sentisse o perigo iminente. Elian observou atentamente,
esperando o momento perfeito.
Então, o dragão mergulhou em sua direção, soltando uma
rajada de fogo colossal. Foi nesse instante que Elian apertou o gatilho. O
canhão do Titã liberou uma explosão de energia concentrada, atravessando o ar
como um raio. O disparo atingiu o dragão diretamente no peito, e, ao mesmo
tempo, todos os outros mechas dispararam suas armas.
O impacto foi devastador. A energia das rajadas se uniu,
criando uma explosão massiva que iluminou o céu. O dragão rugiu de dor, suas
escamas negras rachando sob o poder da ofensiva combinada. Ele tentou se manter
no ar, mas a força da explosão o fez cair, colidindo com o solo com um impacto
que fez a terra tremer.
Elian respirou fundo, sentindo o suor escorrer por sua
testa. "Será que conseguimos?" ele se perguntou, olhando para a
enorme criatura caída.
Porém, o silêncio que se seguiu foi rapidamente interrompido
pelo som do movimento. O dragão, mesmo ferido gravemente, começou a se mexer.
As escamas rachadas revelavam feridas ardentes, mas sua força de vontade
parecia inabalável.
"Ainda não acabou," Elian murmurou, preparando-se
para o que seria o último confronto.
O som ensurdecedor das batalhas ecoava pela cidade
devastada. Dragões ainda resistiam, suas asas imensas cortando o céu nublado
enquanto as ruas estavam repletas de destroços. O Titã, o mecha colossal de
Elian, se erguia como um gigante de aço no centro da destruição, com sua
armadura metálica reluzindo sob a luz das chamas que engoliam os edifícios ao
redor. Elian, dentro do cockpit, sentia cada vibração e impacto como uma
extensão de seu próprio corpo, concentrado e determinado a acabar com a ameaça
dracônica.
À medida que o Titã avançava, os sensores dentro do mecha
detectavam outro dragão nas proximidades. Este era diferente dos menores que
eles já haviam enfrentado. Ele era maior, com escamas azul-acinzentadas que
refletiam uma luminosidade estranha, e seus olhos brilhavam com uma
inteligência maligna. O dragão rugiu, sacudindo a terra ao redor e lançando uma
rajada de fogo contra os edifícios ao seu redor. As pessoas corriam em pânico
pelas ruas, e Elian sabia que precisavam agir rápido para proteger os civis.
"O Titã está pronto. Vamos acabar com isso," Elian
murmurou para si mesmo, ajustando os controles do mecha.
Ele ordenou que o Titã avançasse em alta velocidade, suas
pernas de metal esmagando o chão enquanto se aproximava do dragão. A criatura,
percebendo a aproximação do mecha, abriu suas asas e se lançou ao ar,
preparando uma nova investida. Quando o dragão mergulhou em direção ao Titã,
suas garras afiadas prontas para atacar, Elian ativou os escudos de energia do
mecha.
O impacto foi brutal. As garras do dragão colidiram com os
escudos, criando uma onda de choque que reverberou por toda a estrutura do
mecha. O Titã foi empurrado para trás alguns metros, mas os escudos aguentaram
firme. Elian rapidamente respondeu, girando o mecha e lançando uma série de
mísseis de curto alcance contra o dragão. As explosões iluminaram o céu, e o
dragão soltou um grito de dor, suas escamas sendo despedaçadas pelo ataque.
"Isso deve diminuir sua resistência," Elian
pensou, apertando os controles com mais força. Ele sabia que mesmo com as
escamas danificadas, a criatura ainda era perigosa.
Enquanto o dragão recuava temporariamente, outros mechas se
aproximavam para apoiar Elian e o Titã. O grupo de mechas disparava suas armas,
lançando raios de energia e projéteis contra os dragões que ainda voavam sobre
a cidade. Cada golpe era preciso, mas os dragões eram criaturas poderosas, e a
batalha estava longe de ser vencida.
Um dos mechas, chamado Colosso, pilotado por uma comandante
veterana chamada Rhea, lançou um ataque concentrado no flanco do dragão maior.
O Colosso era menor que o Titã, mas sua velocidade e agilidade compensavam.
Rhea disparou uma série de lasers diretamente no peito do dragão, forçando a
criatura a recuar mais alguns metros.
"O caminho está aberto, Elian! Acabe com ele!"
gritou Rhea pelo comunicador, enquanto seus sistemas recarregavam para o
próximo ataque.
Elian viu a oportunidade e não hesitou. Ele direcionou o
Titã para frente, suas mãos de metal erguidas, preparando-se para o ataque
final. O canhão de plasma no braço direito do mecha começou a brilhar com uma
energia pulsante. Ele sabia que esse disparo drenaria boa parte da energia do
Titã, mas seria suficiente para acabar com o dragão.
O dragão, ainda atordoado pelos ataques anteriores, tentou
se reerguer. Seus olhos fixaram-se no Titã, e por um momento, ele rugiu de
fúria, como se soubesse o que estava por vir. Elian respirou fundo, mirando
cuidadosamente.
"Agora!" gritou ele, enquanto pressionava o botão
de disparo.
Uma explosão de plasma irrompeu do canhão, iluminando o
campo de batalha. A rajada de energia atingiu o dragão diretamente no peito,
rompendo suas defesas e penetrando profundamente. A criatura soltou um grito
ensurdecedor, seu corpo tremendo de dor enquanto suas asas caíam impotentes ao
seu lado. Em questão de segundos, o dragão desabou, seu corpo colossal
colidindo com o chão da cidade com um estrondo que fez o solo tremer.
"Dragão abatido!" anunciou Elian pelo comunicador,
mas ele sabia que ainda havia mais a ser feito.
Enquanto o dragão caído começava a se dissipar em um brilho
opaco, sinal de sua energia vital se esvaindo, Elian percebeu algo estranho. O
número de dragões na área havia diminuído, mas a cidade ainda estava em chamas,
e gritos de ajuda ecoavam nas ruas. A luta não estava completamente terminada.
Outro dragão, menor, porém mais ágil, surgiu entre os
prédios em ruínas, cuspindo fogo enquanto perseguia um grupo de civis
desesperados. Elian rapidamente redirecionou o Titã na direção da criatura, mas
antes que pudesse alcançar o dragão, dois outros mechas, o Aegis e o Hércules,
já estavam no encalço da criatura.
O Aegis, com sua armadura robusta, avançou contra o dragão,
usando um escudo de energia para bloquear o fogo que a criatura lançava.
Enquanto o Aegis mantinha a criatura ocupada, o Hércules, equipado com lâminas
energéticas nos braços, desferiu um golpe certeiro nas costas do dragão. A
criatura rugiu de dor, cambaleando por um momento, antes que o Aegis o
empurrasse com toda a força, lançando-o contra uma parede de concreto.
"O dragão está imobilizado. Vamos terminar isso,"
gritou o piloto do Hércules, avançando com sua lâmina pronta para o golpe
final.
Mas antes que ele pudesse finalizar o ataque, o dragão, em
um movimento desesperado, lançou sua cauda contra o Hércules, atingindo o mecha
com uma força devastadora. O Hércules foi lançado ao ar, colidindo com um
edifício próximo, enquanto faíscas voavam de suas juntas mecânicas.
"Preciso de reforços! Hércules está fora de
combate!" gritou o piloto do Hércules, a estática distorcendo sua voz.
Elian sabia que não poderiam perder mais mechas naquela
altura da batalha. Ele manobrou o Titã em direção ao dragão ferido, enquanto o
Aegis tentava conter a criatura com seus ataques defensivos. O Titã, com sua
força bruta, levantou o braço e desferiu um soco direto na cabeça do dragão,
afundando seu crânio no chão.
O impacto foi suficiente para incapacitar a criatura. O
dragão soltou um último rugido, antes de se desfazer em poeira diante dos olhos
de Elian. A batalha parecia finalmente estar se aproximando do fim.
Os outros mechas começaram a se espalhar, ajudando os civis
e combatendo os poucos dragões que ainda restavam. Os céus escurecidos
lentamente começaram a clarear, e o som da destruição foi substituído por um
silêncio pesado.
Elian, respirando fundo dentro do cockpit, olhou para a
cidade à sua volta. Havia muito trabalho a ser feito para reconstruir, mas pelo
menos, naquele momento, os dragões que aterrorizavam a cidade estavam
derrotados.
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