Titã: Capítulo: 38
O tempo passava, mas a guerra contra os dragões estava longe
de terminar. Elian e os outros pilotos de mechas, como um exército incansável,
se moviam de cidade em cidade, libertando cada uma das garras devastadoras
dessas criaturas colossais. A cada batalha, os mechas enfrentavam novos
desafios, e os dragões pareciam se adaptar, tornando-se cada vez mais ferozes e
resilientes. No entanto, com cada vitória, a humanidade ganhava terreno, embora
o custo fosse cada vez mais alto.
Elian, no controle de seu fiel mecha, o Titã, sentia o peso
do cansaço em cada batalha. Cada missão trazia uma nova onda de destruição, mas
também mais vidas para salvar. O planeta, que antes era cheio de paisagens
vibrantes e cidades prósperas, agora parecia uma zona de guerra interminável,
onde o fogo dos dragões e os escombros de edifícios caídos se misturavam com o
suor e sangue dos combatentes.
Um chamado de emergência chegou pela comunicação do comando
central. Uma nova cidade, uma das maiores ainda sob ataque, precisava de
intervenção imediata. Dragões haviam tomado as ruas, e os civis estavam
cercados, sem meios de escapar. Elian sabia que essa seria uma das batalhas
mais difíceis que enfrentariam até então.
"Atenção, equipe," a voz de Elian soava pelo canal
de comunicação. "Temos um novo alvo. Cidade de Valaris está em ruínas.
Dragões estão em cada canto e os civis estão presos. Precisamos agir rápido e
com precisão."
Os outros pilotos de mechas responderam prontamente, e o
esquadrão preparou-se para entrar na batalha. Os novos modelos de mechas
Titânos Mark II estavam ao seu lado, prontos para a luta. As máquinas, embora
imponentes, não conseguiam esconder a pressão psicológica que pesava sobre os
pilotos. Cada missão parecia ser mais desesperadora que a anterior, e Elian
sabia que o sucesso ou o fracasso dependia da coordenação impecável de sua
equipe.
Quando o portal se abriu, revelando o horizonte em chamas da
cidade de Valaris, os olhos de Elian se estreitaram. As chamas se erguiam em
grandes colunas de fogo enquanto os dragões dominavam o céu, suas sombras
enormes projetadas sobre as ruínas. As ruas estavam repletas de destroços e
corpos. A cidade, que antes era um símbolo de prosperidade, agora se
assemelhava a um campo de batalha medieval devastado.
"Vamos manter a formação," disse Elian, ajustando
os controles do Titã. "Primeiro, proteger os civis, depois eliminar os
dragões."
Os mechas avançaram rapidamente, suas enormes pernas de
metal esmagando o solo e os escombros com precisão. À medida que se aproximavam
da cidade, os sensores de cada mecha começaram a detectar a presença dos
dragões. Um deles, um dragão de escamas douradas, sobrevoava a cidade, soltando
uma chuva de fogo que consumia tudo abaixo de si. Elian sabia que precisavam
derrubá-lo antes que ele causasse mais destruição.
"O dragão dourado é nossa prioridade!" gritou
Elian, ativando os canhões de plasma do Titã. "Foco no alvo, não deixem
ele chegar perto dos civis!"
Os outros mechas responderam ao comando, cada um se
posicionando estrategicamente nas ruas principais da cidade. Quando o dragão se
aproximou, cuspindo fogo em direção a um dos mechas mais próximos, Rhea, no
Colosso, rapidamente levantou seus escudos de energia, bloqueando o ataque. As
chamas ricochetearam nas barreiras, iluminando o céu noturno.
"Escudos seguraram! Contra-ataquem agora!" gritou
Rhea, sua voz vibrando com a adrenalina.
Elian, aproveitando a abertura, direcionou o Titã para
lançar uma série de mísseis de alta potência em direção ao dragão. Os projéteis
cortaram o ar com um zumbido agudo antes de se chocarem contra o corpo da
criatura. A explosão resultante fez o dragão rugir de dor, suas escamas
douradas rachando com o impacto.
Apesar do dano, o dragão não recuou. Ele mergulhou em
direção ao solo, abrindo suas asas imensas para atacar os mechas diretamente.
As garras da criatura, afiadas como lâminas, brilharam à luz do fogo, e ela se
lançou sobre o Titã. Elian puxou os controles com força, desviando o mecha e
escapando por pouco do golpe.
"Ele está muito rápido!" gritou Lira pelo
comunicador, pilotando seu mecha Águia de Fogo. "Precisamos
desacelerá-lo!"
Sem hesitar, Lira ativou os propulsores do Águia de Fogo,
disparando contra o dragão com uma velocidade impressionante. O mecha dela
lançou uma série de redes eletromagnéticas, projetadas para paralisar
temporariamente criaturas enormes como aquele dragão. As redes se prenderam nas
asas da criatura, forçando-a a perder o equilíbrio no ar.
"Agora!" Elian ordenou, aproveitando o momento de
fraqueza.
O Titã ergueu seu canhão de plasma e, com um disparo
preciso, acertou o dragão diretamente na cabeça. A energia concentrada
atravessou o crânio da criatura, que soltou um último rugido antes de cair
pesadamente no chão da cidade, seu corpo imóvel.
"Dragão abatido," relatou Elian, sua voz carregada
de cansaço. "Mas ainda há mais."
Ele não estava errado. No céu, outros dragões menores
começaram a se aproximar, atraídos pela batalha. O esquadrão de mechas não
tinha tempo para comemorar a vitória; a luta estava longe de terminar.
"Formem um perímetro ao redor da zona de
evacuação," ordenou Elian, direcionando os mechas para as áreas onde os
civis estavam sendo resgatados. "Vamos mantê-los ocupados enquanto a
população escapa."
Os mechas se espalharam pela cidade em ruínas, cobrindo as
rotas de fuga enquanto os dragões continuavam seus ataques implacáveis. Cada
confronto era brutal. Os dragões cuspiam fogo, destruindo tudo em seu caminho,
mas os mechas resistiam, bloqueando os ataques e contra-atacando com armas
poderosas.
Em um ponto alto da cidade, dois dragões mais ágeis e
menores cercavam o mecha Hércules, pilotado por um dos recrutas mais jovens da
equipe, Kaden. Elian observava de perto enquanto Kaden, apesar de inexperiente,
manobrava habilmente seu mecha para desviar dos ataques aéreos. Ele disparava
suas lâminas energéticas, mas os dragões eram rápidos demais, circulando o
Hércules e atacando em conjunto.
"Kaden, mantenha-se firme! Vou te dar cobertura,"
disse Elian, ativando os propulsores do Titã e avançando em direção à posição
dele.
Os dragões, ao perceberem a aproximação do Titã, mudaram de
alvo. Um deles se lançou em um mergulho direto para Elian, suas garras afiadas
como lâminas. O Titã, porém, estava preparado. Elian ativou os escudos de
energia, bloqueando o ataque do dragão. Com um movimento rápido, o Titã ergueu
sua lâmina de plasma e desferiu um golpe preciso na lateral do corpo da
criatura. As escamas duras racharam com o impacto, e o dragão caiu ao chão,
soltando um grito de dor.
Antes que pudesse se levantar, Elian disparou com o canhão
de plasma, destruindo completamente a criatura.
"Um a menos," disse ele com uma voz grave,
enquanto voltava sua atenção para o segundo dragão.
Kaden, agora com espaço para manobrar, aproveitou a abertura
criada por Elian. O Hércules, mais ágil agora, avançou contra o dragão
restante, que tentava fugir. Em um ataque rápido, Kaden lançou suas lâminas de
energia diretamente nas asas da criatura, cortando-as ao meio. O dragão caiu no
chão, incapaz de voar, e foi rapidamente finalizado por outro ataque conjunto
do Titã e do Hércules.
"Boa, Kaden," disse Elian pelo comunicador,
aliviado ao ver que o jovem piloto havia se recuperado. "Agora foque em
proteger os civis."
"Obrigado, Capitão. Vou fazer isso," respondeu
Kaden, ainda ofegante da batalha, mas claramente aliviado por ter sobrevivido.
Enquanto o esquadrão de mechas continuava a batalha, Elian
observava os resgates acontecendo ao longo das rotas de evacuação. A cada
segundo que passava, mais civis eram levados para áreas seguras, longe dos
dragões. Sabia que a luta estava se encaminhando para o fim, mas também
entendia que cada segundo contava.
Nas horas seguintes, os dragões remanescentes foram caçados
e abatidos. As ruas da cidade de Valaris estavam repletas de escombros, mas o
povo finalmente começava a emergir das ruínas, alguns feridos, mas todos gratos
por estarem vivos. Elian e seu esquadrão de mechas patrulhavam os arredores,
garantindo que não restasse nenhuma ameaça.
"Valaris está segura," disse Elian pelo
comunicador, sentindo o cansaço finalmente tomar conta de seu corpo. "Bom
trabalho, equipe. Mais uma cidade liberada."
Enquanto os primeiros raios do sol surgiam no horizonte,
trazendo um brilho tênue sobre as ruínas da cidade, Elian olhou para o céu. A
batalha havia sido dura, mas eles haviam vencido novamente. Mesmo assim, ele
sabia que a guerra contra os dragões ainda estava longe de acabar.
O tempo parecia se arrastar em meio à guerra constante
contra os dragões. Cada batalha deixava marcas profundas tanto nas cidades
devastadas quanto nas mentes dos pilotos. Elian, no comando de seu mecha Titã,
era incansável. Ele e seu esquadrão de mechas haviam se tornado símbolos de
esperança em um planeta afligido pelas garras das criaturas gigantescas.
Juntos, libertavam cidades uma a uma, lutando contra os dragões que insistiam
em espalhar o caos e a destruição.
As batalhas se tornavam cada vez mais ferozes. Os dragões,
como se soubessem que seu tempo estava acabando, atacavam com uma ferocidade
que os pilotos não haviam presenciado antes. O céu era constantemente cortado
por rajadas de fogo, enquanto as ruas das cidades se transformavam em campos de
batalha onde o metal dos mechas e as escamas dos dragões colidiam.
Em uma dessas missões, Elian e sua equipe foram enviados
para a cidade de Talon, uma das últimas grandes metrópoles ainda sob o controle
dos dragões. A cidade, que outrora brilhava com luzes de tecnologia e inovação,
agora estava envolta em fumaça e cinzas. Os prédios arranha-céus estavam em
ruínas, e os poucos sobreviventes se escondiam nos subterrâneos, aguardando a
chegada dos mechas para libertá-los.
Assim que o esquadrão de mechas saiu do portal, Elian
percebeu que aquela batalha seria diferente. Havia uma quantidade incomum de
dragões sobrevoando a cidade. Suas sombras colossais dominavam o horizonte, e o
som de suas asas batendo era ensurdecedor.
“Preparem-se,” Elian avisou pelo comunicador. “Temos muitos
alvos. Precisamos dividir e conquistar. Prioridade é garantir a segurança dos
civis, mas não podemos deixar que os dragões escapem.”
Os outros mechas confirmaram a ordem, e o esquadrão se
espalhou pela cidade em chamas. O Titã avançou pelas ruas, seu tamanho
esmagador afastando os destroços do caminho, enquanto seus sensores detectavam
as criaturas ao redor. Elian apertou os controles, sentindo o fluxo de energia
do mecha. Seus olhos estavam fixos no céu, onde um dragão de escamas prateadas
descia em sua direção.
O dragão rugiu e lançou uma rajada de fogo na direção de
Elian. O Titã ergueu seu escudo de energia, absorvendo a maior parte das
chamas, mas o calor ainda era intenso, fazendo os sistemas do mecha chiar com o
esforço. Elian aproveitou a abertura para contra-atacar. Ele ativou os
propulsores do Titã, que se lançou no ar em um salto colossal, atingindo o
dragão no peito com uma série de disparos de plasma. As escamas do dragão
brilhavam sob a luz das explosões, mas o impacto o fez recuar.
Ao mesmo tempo, outros dragões desciam sobre a cidade, cada
um deles envolvido em uma luta intensa com os mechas que protegiam os civis. O
Colosso, pilotado por Rhea, estava em uma batalha brutal com um dragão de
escamas vermelhas que cuspia fogo com uma força devastadora. O Colosso,
conhecido por sua armadura robusta, resistia aos ataques enquanto Rhea
manobrava habilmente, esperando o momento certo para atacar. Quando o dragão
abaixou a cabeça para soltar outra rajada de fogo, Rhea ativou o canhão de energia
do Colosso e disparou diretamente na boca da criatura. A explosão resultante
fez o dragão cair, contorcendo-se de dor antes de finalmente sucumbir.
Enquanto isso, Lira, no Águia de Fogo, sobrevoava a cidade
com uma agilidade impressionante. Seu mecha era menor e mais rápido, projetado
para ataques aéreos e manobras rápidas. Ela se envolveu em uma perseguição
aérea com um dragão negro, conhecido por sua velocidade e habilidade em desviar
de ataques. Lira disparava rajadas de lasers, mas o dragão se movia
rapidamente, desviando com graciosidade. No entanto, com um golpe bem
calculado, Lira conseguiu atingir as asas da criatura, fazendo com que ela perdesse
altitude. Antes que o dragão pudesse se recuperar, o Águia de Fogo disparou uma
série de mísseis, finalizando o combate.
De volta à luta de Elian, o dragão prateado se reergueu,
rugindo com fúria. Ele lançou-se com suas garras estendidas, tentando rasgar a
armadura do Titã. Elian girou o mecha com rapidez, desviando-se das garras, e
então desferiu um golpe com a lâmina de plasma do Titã, cortando uma das asas
da criatura. O dragão urrou de dor, cambaleando no ar antes de colidir com um
prédio em ruínas.
“Dragão abatido!” Elian anunciou pelo comunicador. Mas a
luta ainda não estava ganha.
Outros dragões voavam pelos céus, atacando os mechas e as
estruturas da cidade com selvageria. O esquadrão de mechas estava sendo
pressionado ao limite, mas a coordenação impecável entre os pilotos permitia
que eles mantivessem o controle da batalha. Cada vez que um mecha era atingido,
outro cobria suas defesas. Cada vez que um dragão tentava fugir, um mecha o
perseguia com força total.
Enquanto as batalhas ferozes aconteciam no céu, as equipes
de resgate, protegidas pelos mechas, guiavam os civis para áreas seguras.
Muitas dessas pessoas estavam escondidas há semanas, sobrevivendo com o mínimo
possível. Agora, ao verem os gigantes de metal lutando para salvá-las, seus
rostos se iluminavam com uma esperança renovada. As forças do reino de onde os
mechas vieram estavam trabalhando incansavelmente para apoiar as cidades
devastadas, trazendo comida, remédios e abrigo para os sobreviventes.
Entre as batalhas, havia momentos de rara calmaria, quando
Elian e sua equipe podiam ver o impacto de seus esforços. Embora a destruição
fosse imensa, havia uma sensação de unidade crescente entre os povos. As
cidades se apoiavam mutuamente, compartilhando recursos e oferecendo abrigo aos
deslocados. O reino que havia enviado os mechas liderava a reconstrução com uma
mão firme e compassiva, garantindo que ninguém fosse deixado para trás.
Cada cidade libertada tornava-se um símbolo de resistência e
esperança. À medida que as batalhas continuavam, as pessoas começavam a se
organizar, ajudando os mechas e os militares na defesa de suas terras. Grupos
de civis armavam barricadas, outros ajudavam nas evacuações, e as crianças,
mesmo em meio ao caos, olhavam para o céu com olhos de admiração sempre que
viam os mechas lutando.
Em uma das batalhas mais difíceis, na cidade costeira de
Iscar, Elian enfrentou um dos maiores dragões que já havia visto. A criatura
era gigantesca, com escamas azuis e douradas que brilhavam sob o sol. Suas
asas, imensas, bloqueavam parte do céu, e sua cauda, coberta de espinhos
afiados, podia derrubar prédios com um único golpe. O Titã avançou diretamente
contra o monstro, mas Elian sabia que precisaria de toda a sua habilidade para
derrubá-lo.
"Esse é o maior até agora," disse Elian no
comunicador, sua voz grave. "Vamos precisar de tudo o que temos."
O dragão lançou uma rajada de fogo azul, mais quente e
intensa do que qualquer outro ataque que haviam enfrentado antes. O Titã
levantou seu escudo, mas o calor era quase insuportável. Elian sentiu os
sistemas do mecha sobrecarregarem, e os alarmes começaram a soar dentro do
cockpit.
"Escudo no limite," avisou o sistema do Titã.
Elian rapidamente manobrou o mecha para fora do caminho da
próxima rajada. Ele precisava encontrar uma abertura, uma fraqueza nas escamas
da criatura. Enquanto o dragão descia em um mergulho devastador, Rhea e Lira
atacavam pelos flancos, tentando distrair a criatura o máximo possível. O
Colosso disparava mísseis de longo alcance, enquanto o Águia de Fogo lançava
rajadas de lasers nas asas do dragão, tentando limitar sua mobilidade.
“Vamos, vamos… só mais um pouco,” murmurou Elian, aguardando
o momento certo.
Quando o dragão abriu suas mandíbulas para lançar outra
rajada de fogo, Elian viu a chance. Ele ativou os propulsores do Titã, lançando
o mecha diretamente para cima. Em um movimento ágil, o Titã fincou sua lâmina
de plasma profundamente na garganta do dragão. A criatura estremeceu, soltando
um grito de dor que reverberou por toda a cidade.
O dragão tentou se debater, mas o Titã segurou firme. Com um
último golpe, Elian atravessou o coração da criatura, encerrando sua fúria para
sempre. O corpo colossoso do dragão caiu no oceano com um impacto tremendo,
levantando uma onda gigante que se chocou contra os destroços da cidade
costeira.
“Dragão abatido,” anunciou Elian com um suspiro de alívio.
Mas seu corpo estava exausto, e ele sabia que o fim da guerra ainda estava
distante.
Com a queda do dragão, as pessoas de Iscar começaram a
emergir de seus abrigos subterrâneos. Muitos deles, pálidos e magros,
observavam com espanto os mechas gigantes que haviam salvado suas vidas. As
forças do reino logo chegaram para ajudar na evacuação e fornecer suporte,
enquanto os mechas patrulhavam os arredores, garantindo que não restassem mais
ameaças.
Nos dias seguintes, as cidades libertadas começaram a se
reerguer lentamente. As pessoas se reuniam para reconstruir suas casas e vidas,
sempre apoiadas pelos mechas e pelas equipes de resgate. O planeta ainda estava
em guerra, mas havia um senso crescente de que, juntos, poderiam vencer os
dragões e restaurar a paz.
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