Titã: Capítulo: 60

 

 

 O caos reinava no campo de batalha. Elian, com seu mecha Titã , mal consegue respirar de tanto esforço para manter-se de pé enquanto as forças do Rei Aldren continuam a avançar. Seus aliados estavam em desvantagem, e a maré da batalha parecia pendente para o lado do inimigo. A cada explosão, a cada grito de dor, as esperanças dos que seguiam Elian se dissipavam mais.

Titã cambaleou, seus sistemas emitindo sinais de alerta por todos os lados. Elian lutava para manter o controle, seus dedos firmes nos comandos enquanto tentava desviar de mais um ataque das forças de Kael. O mecha inimigo, brutal e implacável, avançava com toda a fúria de um predador, seus canhões prontos para disparar a qualquer momento.

Foi então que algo inexplicável aconteceu.

O ar ao redor do campo de batalha começou a vibrar, e uma luz cintilante surgiu no horizonte. Por um breve momento, a luta cessou. Soldados de ambos os lados, já exaustos e sem saber o que esperar, olharam para cima, onde um portal colossal se abriu no céu. Uma névoa roxa brilhante emergiu da fenda, e dentro dela, algo imenso e aterrorizante começou a tomar forma.

"O que é isso?" — Marla disse pelo comunicador, sua voz cheia de medo e surpresa.

Elian olhou para o portal com olhos arregalados, o coração acelerado. Ele conhecia aquele brilho, aquela energia. Mas não poderia ser... Não aqui.

Então, de dentro do portal, um rugido ensurdecedor sacudiu o campo de batalha. Um dragão. Mas não é um dragão comum.

"Isso... Isso não é um dragão qualquer!" — Elian murmurou, seu corpo inteiro tenso.

O dragão que emergia do portal tinha partes do corpo remanescentes por tecnologia avançada. Suas escamas brilhavam como metal fundido, e suas asas, enormes e majestosas, tinham componentes mecânicos que vibravam com uma energia pulsante. Seus olhos reluziam com uma luz fria e mortal, e, ao abrir a bocarra, Elian viu canhões de plasma embutidos em sua mandíbula, prontos para disparar.

A criatura tinha partes orgânicas misturadas com tecnologias futuristas, um híbrido de carne e máquina. As engrenagens e circuitos pulsavam junto com a batida do coração dracônico, criando uma harmonia assustadora entre a vida e a máquina.

E então, como se o destino estivesse se inclinando para proteger Elian e seus homens, o dragão abriu fogo — não contra eles, mas contra as forças de Rei Aldren.

"Ele... Ele está nos ajudando!" — Marla disse, incrédula.

O dragão desceu como uma tempestade viva, disparando rajadas de energia de seus canhões embutidos nas asas e na boca. Cada disparo era preciso, derrubando os mechas e soldados inimigos como se fossem brinquedos frágeis. As tropas de Aldren, pegas de surpresa, foram aniquiladas antes que pudessem reagir. Explosões iluminavam o campo de batalha, enquanto a besta voava acima de suas cabeças, rasgando o céu com seus rugidos.

Elian observou, perplexo. Aquela criatura estava ao lado deles? Um dragão cibernético que surge do nada para defendê-los? A surpresa logo deu lugar a um rompimento amargo. Por mais que não confiasse nessa intervenção misteriosa, sabia que suas forças estavam à beira do colapso. A ajuda era necessária, por mais imprevisível que fosse.

"Elian, o que está acontecendo?" — Marla disse, sua voz embargada de confusão.

"Não sei... mas vamos aproveitar essa chance!" — Elian respondeu, determinado. "Todos, recuem para as posições defensivas e se reorganizem! Vamos usar essa vantagem!"

O exército de Aldren estava em desordem total. O dragão cibernético destruiu com brutalidade as formações inimigas, fluindo a uma velocidade impressionante. Suas garras, cobertas por lâminas afiadas de metal, rasgavam mechas ao meio, enquanto suas explosões de plasma incendiavam os soldados e as máquinas com uma precisão assustadora. A resistência dos soldados de Aldren desmoronava rapidamente sob o ataque implacável da criatura.

A presença da melhor reanimou as forças de Elian. Os soldados, que estavam à beira do desespero, agora lutavam com a nova determinação. Eles não sabiam de onde vinha o dragão ou por que os ajudava, mas isso não importava. O importante era que eles agora tinham uma chance de sobreviver.

Elian, com Titã danificado, decidiu não perder a oportunidade. Ele ativou o mecha, que soltou um chiado de dor metálica, mas ainda respondeu aos comandos. Ele correu na direção dos mechas inimigos restantes, cortando-os com suas lâminas de energia enquanto o dragão voava sobre ele, atacando sem parar.

Mas nem tudo foi simples. No meio do caos, o General Kael conseguiu se recompor. Seu mecha, gravemente danificado, mas ainda funcional, estrangeiro-se com uma determinação mortal. Ele viu o dragão atacando suas forças e achou que, se não agisse logo, a batalha estaria perdida.

“Elian!” — a voz fria e cheia de ódio de Kael ecoou pelo comunicador. "Você acha que isso muda alguma coisa? Você e sua resistência patética não têm chance contra o poder do rei Aldren!"

Kael ativou todos os seus sistemas de armas restantes e lançou uma barragem de missões na direção do dragão.

Por um momento, o campo de batalha pareceu silenciar. Os projetos de Kael cortaram o ar, indo direto para o dragão que estava sobrevoando a área. Todos os olhos estavam voltados para o monstro cibernético.

Mas o dragão não se intimidou. Com um movimento rápido, ele girou no ar, desviando da maioria dos mísseis. Dois dos projetos acertaram suas asas mecânicas, fazendo faíscas voarem, mas o dano não foi suficiente para derrubá-lo.

Com um rugido furioso, o dragão voltou contra Kael.

Ele mergulhou na direção ao mecha do geral, seus olhos brilhando com uma fúria implacável. Kael tentou se defender, disparando com tudo o que tinha, mas o dragão era rápido demais. Com um golpe brutal, a criatura rasgou o braço direito do mecha de Kael, arrancando o canhão de plasma que ele carregava. Faíscas e pedaços de metal voaram pelo ar.

"Não! Não é assim que isso acaba!" — Kael falou em desespero, tentando desesperadamente manter o controle de seu mecha mutilado.

Mas o dragão não deu trégua. Ele golpeou novamente, desta vez acertando diretamente o torso do mecha de Kael, perfurando a blindagem como se fosse papel. O general foi lançado para trás, seu mecha caindo de joelhos, incapaz de continuar lutando.

Elian, assistindo a tudo de dentro de Titã, mal conseguiu acreditar no que via. Kael, o guerreiro mais temido do rei Aldren, estava sendo derrotado. O dragão cibernético, uma força imparável, mudou completamente o curso da batalha.

Mas, apesar da vitória iminente, Elian não pôde deixar de se sentir inquieto. Quem controlava essa criatura? E por que ela os ajudou?

Enquanto ele refletia sobre essas questões, o dragão pousou no centro do campo de batalha. Seus olhos, ainda reluzindo com uma luz mecânica fria, se fixaram em Elian. Por um momento, houve silêncio. As tropas de Aldren, o que as restava, recuavam em pânico. As forças de Elian, atônitas, aguardavam o próximo movimento.

Então, algo inesperado aconteceu.

O dragão inclinou a cabeça levemente, como se estivesse cumprimentando Elian. A mensagem era clara. Ele estava ali para ajudá-los, mas o motivo ainda era um mistério.

Elian, ainda desconfiado, deu um passo à frente com o Titã. "Por que você está nos ajudando?" — ele disse, sabendo que talvez nunca recebeusse uma resposta.

O dragão fica em silêncio. Em vez de falar, ele olhou para o horizonte, onde um novo portal começava a se formar no céu.

"Elian, outro portal!" — Marla alertou pelo comunicador.

O campo de batalha estava mergulhado em tensão silenciosamente, como o olho de uma tempestade tenta a destruição. Elian, dentro da cabine do seu mecha Titã , observava as forças do Rei Aldren recuando lentamente, com medo e confusão estampados em seus rostos. O dragão cibernético que o havia protegido pairava acima, ainda vigilante, suas asas metálicas produzindo um som quase hipnotizante enquanto cortavam o ar.

Mas a tranquilidade não duraria.

De repente, o céu começou a se abrir novamente, e outro portal gigante se formou no horizonte, brilhando com uma luz roxa e dourada. O vento parecia acelerado, a sensação de algo grandioso parecia acontecer a era quase palpável.

Elian, sentindo a adrenalina aumentar em seu corpo, segurou firme os controles de Titã. "Marla, temos outro portal se abrindo! Preparem-se para o que quer que venha!" — ele avisou pelo comunicador, esperando uma resposta tensa.

O portal pulsava, aumentando em intensidade, e de dentro dele, resultou em emergir de várias formas imensas. Elian podia ver mechas — muitos mechas — surgindo das fendas dimensionais, suas silhuetas gigantescas brilhando sob o céu tempestuoso. Mas havia algo de diferentes nesses mecanismos. Muitos antigos e ornamentados, como muitos deles eram relíquias de uma civilização esquecida, e ainda assim, tinham um design impressionantemente avançado.

E então, Elian vê: Draconianos . Alguns desses novos mechas foram pilotados pelos antigos inimigos de sua espécie, os draconianos.

Suas armaduras reluziam à luz do sol, e suas máquinas se movem com uma graça quase predatória. Elian engoliu em seco. Os draconianos tinham sido uma lenda, uma ameaça do passado. Seus exércitos quase destruíram as civilizações humanas em eras passadas, e eles se retiraram misteriosamente, desaparecendo entre as estrelas. Mas agora eles estavam de volta — e não estavam sozinhos.

"Draconianos? Isso não pode ser..." — Marla sussurrou pela rádio, incapaz de acreditar no que via.

O que era mais surpreendente, no entanto, foi a direção em que os draconianos avançavam. Eles não vieram contra Elian e suas tropas. Em vez disso, seus mechas imponentes se moveram em formação, alinhando-se ao lado de Titã e outros mechas aliados de Elian, como se fossem parte de sua própria força de defesa.

"Eles estão... nos protegendo?" — Elian murmurou, incrédulo.

A resposta veio rápida. Do outro lado do campo de batalha, as forças de Aldren, ainda desorganizadas e atônitas após o ataque do dragão cibernético, começaram a se reagrupar. O general Kael, ainda ferido mas determinado, se arrastou com seu mecha danificado para coordenar um contra-ataque. Aldren não poderia tolerar mais uma derrota, especialmente não diante de novos aliados.

"Elian! Eles estão vindo novamente!" — Marla conectada na rádio.

As tropas do rei Aldren, agora reforçadas por mechas de ataque pesados, começaram a marchar em direção às posições de Elian e seus aliados. No entanto, ao mesmo tempo que eles avançavam, os novos mechas draconianos e outras máquinas misteriosas que emergiram do portal começaram a se mover em defesa de Elian. Os motores dessas novas máquinas rugiam como bestas lendárias despertadas de um longo sono, e seus pilotos dragonianos mostravam uma habilidade excepcional.

Então, sem aviso, a batalha começou novamente.

Os primeiros disparos ecoaram pelo campo de batalha, seguidos pelo barulho estrondoso de explosões e metal se chocando. Os mechas do Rei Aldren atacaram com fúria, mas as máquinas draconianas responderam com precisão mortal. Cada movimento dos mechas draconianos era calculado, suas armas disparavam com a força das tempestades e destruíam as linhas inimigas com uma eficiência brutal.

"Marla! Todos os soldados, assumam posição defensiva!" — Elian comandou, agora ao lado dos dragonianos que lutavam em sua defesa.

Titã avançou, lâmina de energia ativada. Elian se jogou na linha de frente, cortando os inimigos que ousavam se aproximar. Cada golpe era acompanhado por uma chuva de faíscas e estilhas, enquanto ele varria os soldados do rei Aldren com a força titânica de seu mecha. Os inimigos pretendiam cercá-lo, mas os draconianos ao seu lado eram igualmente terríveis. Eles se movem como um só, lutando com uma sincronia impressionante.

Um dos mechas inimigos maiores, com armas pesadas acopladas, atacou Titã pela retaguarda. Elian, percebendo o perigo, ativou seus propulsores e pulou para o lado, escapando de uma rajada de tiros que explodiu o solo onde ele estava momentos antes.

"Vamos acabar com ele!" — Elian sinceramente, se lançando contra o mecha inimigo.

Um dragão ao lado dele disparou um feixe de energia azul, que perfurou a blindagem do mecha inimigo, deixando-o vulnerável. Elian aproveitou o momento, desferindo um golpe mortal com a lâmina de Titã, destruindo o núcleo da máquina adversária.

O exército de Aldren estava desmoronando diante da força combinada de Elian e seus novos aliados. Os draconianos, ao contrário do que a lenda sugeria, lutaram ao lado dos humanos, defendendo-os com uma ferocidade que ninguém poderia ter previsto.

Mas por quê? Qual foi o motivo dessa aliança extraordinária?

A batalha continuou intensa. Os filhos do metal se chocando, explosões, gritos de guerra e o rugido dos motores de combate preenchiam o ar, criando um caos que os segurava. Os soldados de Aldren, sem esperanças, chegaram a recuar, mas os draconianos e os mechas aliados de Elian não lhes deram trégua.

Enquanto observava a destruição ao seu redor, Elian sabia que essa batalha, embora vitoriosa, estava longe de ser o fim do conflito. O rei Aldren, mesmo após essa derrota, não desistiria facilmente. Ele tentou de tudo para eliminar Elian, e isso fez com que mais lutas travassem por vir.

De repente, uma mensagem surgiu no comunicador de Elian. Era uma transmissão criptografada.

"Elian," — a voz era grave e reverberante — "Eu sou Draganoth, líder dos draconianos. Nós reconhecemos sua luta por paz e justiça. Mas saiba que esta aliança é temporária. Os draconianos têm suas próprias razões para enfrentar o Rei Aldren. No entanto, se a sua causa falhar, o nosso pacto também se dissolverá."

Elian respirou fundo. "Então vocês estão aqui por vingança?"

“Estamos aqui para equilibrar a balança do poder,” — Draganoth respondeu. "Aldren usou de artimanhas para controlar mais do que era devido. Isso não pode ser tolerado."

Antes que Elian pudesse responder, um estrondo maior ecoou pelo campo de batalha. Um novo portal estava se abrindo, mas desta vez, uma energia que emanava dele parecia ainda mais poderosa. Elian sentiu um arrepio percorrendo sua espinha.

"Preparem-se!" — ele falou pelo comunicador. "Algo grande está chegando!"

O campo de batalha silenciou por um breve momento. Os soldados aliados e inimigos pararam, suas armas abaixadas, enquanto observavam o novo portal se expandindo. Dali, formas sombrias ficaram a emergir, maiores e mais ameaçadoras que tudo o que havia acontecido enfrentado até agora

 

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