Prisão 666: Capítulo: 07

 


 A Doutora Rita estava em seu escritório, revisando os relatórios da análise da substância estranha que havia coletado da cela do homem morto. Ainda não havia respostas claras, mas uma coisa era certa: aquela substância não era natural. Ela parecia ter uma espécie de consciência, reagindo a estímulos externos de maneiras que desafiavam qualquer explicação científica.

Enquanto ela estava imersa em seus pensamentos, um guarda entrou apressadamente no escritório, sua expressão era de choque e confusão.

"Doutora Rita, você precisa vir agora", ele disse, ofegante. "Encontramos o homem que morreu. Ele... ele está vivo."

Rita levantou os olhos rapidamente, quase derrubando os papéis que estava segurando. "O que você quer dizer com 'ele está vivo'? Ele estava morto. Eu examinei o corpo."

O guarda balançou a cabeça, claramente perturbado. "Eu sei, mas ele está lá fora. Ele está... diferente."

Rita não perdeu tempo. Ela seguiu o guarda pelo corredor, sua mente girando com possibilidades. Como alguém que estava morto poderia voltar à vida? E o que significava aquilo para as investigações que ela vinha conduzindo?

Quando ela chegou ao pátio, viu um grupo de guardas cercando uma figura que estava agachada no chão. A figura estava coberta de sangue, e Rita podia ver que ele estava segurando algo em suas mãos. Quando ela se aproximou, seu estômago embrulhou. O homem — o mesmo que ela havia declarado morto — estava bebendo o sangue de um rato que ele havia capturado.

"Meu Deus", ela murmurou, cobrindo a boca com a mão.

Os guardas estavam hesitantes, claramente assustados. "O que fazemos com ele, Doutora?", um deles perguntou.

Rita respirou fundo, tentando manter a calma. "Prendam ele. Mas tenham cuidado. Não sabemos o que ele é capaz de fazer."

Os guardas obedeceram, cercando o homem com cautela. Ele não resistiu, mas seus olhos estavam fixos em Rita, como se a reconhecesse. Havia algo naquele olhar que a perturbou profundamente. Era como se ele estivesse vendo através dela, como se soubesse algo que ela não sabia.

Quando o homem foi levado para uma cela de isolamento, Rita decidiu que precisava examiná-lo imediatamente. Ela não podia perder a oportunidade de descobrir o que havia acontecido com ele.

Na cela de isolamento, o homem estava sentado no chão, imóvel. Ele ainda estava coberto de sangue, e seus olhos estavam fixos em um ponto distante, como se estivesse em transe. Rita se aproximou dele com cautela, segurando uma lanterna e um kit de coleta de amostras.

"Você pode me ouvir?", ela perguntou, sua voz calma, mas firme.

O homem não respondeu. Ele continuou olhando para o nada, como se estivesse em outro mundo.

Rita decidiu começar o exame físico. Ela verificou os sinais vitais do homem e ficou chocada ao descobrir que ele tinha um pulso fraco, mas perceptível. Sua pele estava fria e pálida, e ele não reagia a estímulos externos.

Ela então se concentrou nas duas perfurações no pescoço do homem. Elas ainda estavam lá, mas agora pareciam mais profundas, como se algo tivesse se alimentado dele. Ela coletou amostras da área, esperando que pudessem fornecer mais pistas.

Enquanto ela trabalhava, o homem de repente se moveu. Ele virou a cabeça lentamente, olhando diretamente para ela. Seus olhos estavam escuros, quase sem vida, mas havia algo neles que a fez sentir um frio percorrer sua espinha.

"Você não pode escapar", ele sussurrou, sua voz rouca e gutural.

Rita recuou, surpresa. "O que você quer dizer com isso?"

O homem não respondeu. Ele apenas continuou olhando para ela, como se estivesse vendo algo que ela não podia ver.

Rita decidiu que precisava de mais informações. Ela saiu da cela e foi até o escritório do diretor da prisão. Ela precisava convencê-lo a permitir que ela conduzisse mais testes no homem, mas sabia que não seria fácil.

Quando ela entrou no escritório, o diretor estava sentado atrás de sua mesa, olhando para os relatórios que ela havia deixado lá no dia anterior.

"Doutora Rita", ele disse, levantando os olhos. "O que está acontecendo? Eu ouvi que o homem que morreu está vivo."

Rita assentiu, sentando-se na cadeira em frente à mesa. "Sim, e ele está... diferente. Eu preciso fazer mais testes nele. Há algo muito errado acontecendo aqui, e eu acho que ele é a chave para entender o que é."

O diretor suspirou, fechando os relatórios. "Doutora, eu entendo sua preocupação, mas você tem que entender que não podemos simplesmente permitir que você faça o que quiser. Há protocolos a seguir."

Rita balançou a cabeça, frustrada. "Eu sei, mas isso é uma emergência. Se não descobrirmos o que está acontecendo, mais pessoas podem morrer."

O diretor olhou para ela por um momento, como se pesasse suas palavras. Finalmente, ele assentiu. "Muito bem. Você pode fazer os testes, mas mantenha-me informado de qualquer descoberta."

Rita agradeceu e saiu do escritório, determinada a descobrir a verdade. Ela voltou para a cela de isolamento, onde o homem ainda estava sentado no chão, imóvel.

Ela começou a coletar mais amostras, tentando ignorar o olhar fixo do homem. Enquanto ela trabalhava, ele de repente falou novamente.

"Elas estão vindo", ele sussurrou, sua voz cheia de medo.

Rita parou, olhando para ele. "Quem está vindo?"

O homem não respondeu. Ele apenas continuou olhando para o nada, como se estivesse em transe.

Rita sentiu um frio percorrer sua espinha. Ela sabia que não podia ignorar aquilo. Havia algo muito maior acontecendo naquela prisão, e ela precisava descobrir o que era antes que fosse tarde demais.

Naquela noite, enquanto ela estava em seu escritório revisando os resultados dos testes, ouviu um barulho vindo do corredor. Era o mesmo som que ela ouvira antes, como algo se arrastando. Ela se levantou, pegando uma lanterna, e saiu para investigar.

O corredor estava escuro, mas ela podia ver uma figura ao longe, parada no meio do caminho. Era alta, magra, com contornos indistintos, como se fosse feita de escuridão pura. Rita sentiu um frio percorrer seu corpo. Ela sabia que aquilo não era humano.

A figura começou a se mover em sua direção, lentamente, sem fazer barulho. Rita recuou, tentando manter a calma, mas o medo a dominava. Ela sabia que precisava fugir, mas suas pernas pareciam presas no chão.

A figura sombria estava a poucos metros de Rita quando, de repente, as luzes do corredor piscaram e se acenderam com um estalo alto. A figura parou, como se a luz a incomodasse, e então começou a se dissolver, desmanchando-se em uma névoa escura que desapareceu no ar. Rita ficou parada, ofegante, segurando a lanterna com mãos trêmulas. O corredor agora estava iluminado, mas a sensação de que algo estava errado persistia.

Ela olhou para trás, esperando ver alguém — um guarda, um preso, qualquer pessoa que pudesse explicar o que acabara de acontecer. Mas o corredor estava vazio. A única coisa que ela podia ouvir era o som distante de seus próprios batimentos cardíacos, acelerados pelo medo.

Rita sabia que não podia ignorar o que havia visto. Aquela figura, aquela coisa, não era produto de sua imaginação. Ela era real, e estava ligada às mortes estranhas que vinham ocorrendo na prisão. Mas como? E por quê?

Determinada a encontrar respostas, Rita voltou ao laboratório. Ela precisava revisar os resultados da análise da amostra que havia coletado da cela. Talvez aquela substância estranha, que parecia estar viva, fosse a chave para entender o que estava acontecendo.

Quando ela entrou no laboratório, Carlos estava lá, olhando para o microscópio com uma expressão de preocupação.

"Carlos", ela chamou, sua voz ainda um pouco trêmula. "O que você descobriu?"

Ele levantou os olhos, claramente perturbado. "Doutora, você precisa ver isso."

Rita se aproximou e olhou através do microscópio. A substância que ela havia coletado estava se movendo de maneira ainda mais intensa do que antes. Parecia pulsar, como se estivesse viva, e havia pequenos filamentos que se estendiam e se retraíam, como tentáculos.

"O que diabos é isso?", ela perguntou, recuando do microscópio.

Carlos balançou a cabeça. "Eu não sei. Mas eu fiz alguns testes adicionais, e... bem, você não vai acreditar."

Ele pegou um relatório e mostrou para Rita. "Essa substância... ela parece ter propriedades biológicas, mas não é como nada que eu já vi. Ela reage à luz, ao calor, e... ao medo."

Rita franziu a testa. "Ao medo? Como assim?"

Carlos hesitou, como se não soubesse como explicar. "Eu coloquei a amostra em diferentes ambientes, e percebi que ela se movia mais rapidamente quando eu estava nervoso ou assustado. É como se ela se alimentasse de... emoções negativas."

Rita sentiu um frio percorrer sua espinha. Aquilo explicava muita coisa. As sombras, as mortes, a sensação constante de estar sendo observada — tudo estava conectado. Aquela substância, seja lá o que fosse, estava de alguma forma ligada às sombras que assombravam a prisão.

"Precisamos descobrir de onde isso veio", ela disse, sua mente girando com possibilidades. "E como ela está relacionada às mortes."

Carlos assentiu, mas sua expressão era de preocupação. "Doutora, eu acho que você deveria ter cuidado. Se essa coisa se alimenta de medo, então... bem, você está se metendo em algo perigoso."

Rita sabia que ele estava certo, mas ela não podia simplesmente ignorar o que estava acontecendo. Havia algo maligno naquela prisão, e ela precisava descobrir o que era antes que mais pessoas morressem.

Naquela noite, Rita decidiu fazer algo arriscado. Ela voltou à cela onde o homem havia morrido, desta vez levando consigo uma câmera e um gravador. Ela queria documentar qualquer coisa estranha que pudesse acontecer. Se ela pudesse capturar evidências concretas, talvez pudesse convencer as autoridades a investigar mais a fundo.

A cela estava vazia, como antes, mas o ar ainda parecia pesado, carregado de uma energia sinistra. Rita ligou a câmera e começou a gravar, narrando em voz baixa o que estava fazendo.

"Estou na cela onde o último preso morreu. Há uma sensação estranha aqui, como se algo estivesse observando. Vou examinar o local novamente, em busca de qualquer pista que possa ter sido perdida."

Ela se ajoelhou no chão, iluminando a área com uma lanterna. Foi então que ela notou algo que não havia visto antes. No canto mais escuro da cela, havia uma pequena abertura na parede, quase imperceptível. Era como se alguém tivesse removido um pedaço do concreto, criando uma passagem estreita.

Rita sentiu um frio percorrer seu corpo. Ela sabia que não deveria se aproximar, mas a curiosidade era mais forte. Ela se arrastou até a abertura e olhou para dentro. Era escuro, mas ela podia ver que a passagem levava a um túnel estreito, que parecia se estender por baixo da prisão.

"O que diabos...?", ela murmurou, apontando a câmera para a abertura.

Foi então que ela ouviu. Um sussurro baixo, vindo do túnel. Era quase imperceptível, mas ela conseguiu distinguir as palavras.

"Você não deveria estar aqui."

Rita recuou, seu coração batendo forte. Ela olhou para trás, esperando ver alguém, mas a cela estava vazia. O sussurro veio novamente, mais alto desta vez.

"Você não pode escapar."

Ela se levantou rapidamente, segurando a câmera com mãos trêmulas. Ela sabia que precisava sair dali, mas suas pernas pareciam presas no chão. Foi então que ela viu. Das sombras no canto da cela, algo começou a se mover. Era como se as próprias sombras estivessem ganhando vida, se esticando em sua direção.

Rita gritou, recuando até bater na parede. Ela apontou a câmera para as sombras, capturando imagens daquela coisa horrível se aproximando. Ela sabia que precisava fugir, mas não conseguia se mover.

E então, no momento em que as sombras estavam prestes a alcançá-la, as luzes da cela piscaram e se apagaram. Rita ficou imersa na escuridão, ouvindo apenas o som de sua própria respiração ofegante.

Quando as luzes voltaram, as sombras haviam desaparecido. Rita estava sozinha na cela, tremendo e suando. Ela olhou para a câmera, esperando que ela tivesse capturado algo, mas a tela estava em branco. A bateria havia se esgotado, como se algo tivesse drenado toda a energia.

Ela saiu da cela correndo, seu coração batendo forte. Ela sabia que não podia continuar sozinha. Precisava de ajuda, mas não sabia a quem recorrer. Os guardas não acreditariam nela, e os presos pareciam ter medo até de falar sobre o assunto.

No dia seguinte, Rita decidiu confrontar o diretor da prisão. Ela entrou em seu escritório sem bater, segurando a câmera e os relatórios que havia coletado.

"Precisamos falar", ela disse, sua voz firme, mas carregada de urgência.

O diretor olhou para ela, surpreso. "Doutora Rita, o que está acontecendo?"

Ela colocou a câmera e os relatórios em sua mesa. "Há algo errado nesta prisão. Algo que está matando os presos, e eu acho que está ligado a essas sombras que todos estão falando."

O diretor olhou para os relatórios, sua expressão séria. "Doutora, eu entendo sua preocupação, mas você tem que entender que os presos inventam histórias o tempo todo. Isso provavelmente não passa de histeria coletiva."

Rita balançou a cabeça, frustrada. "Não é histeria. Eu vi coisas. Coisas que não consigo explicar. E essa substância que encontrei... ela não é normal. Alguém precisa investigar isso."

O diretor suspirou, fechando os relatórios. "Eu vou dar uma olhada, mas você precisa entender que não podemos simplesmente fechar a prisão por causa de... sombras."

Rita sabia que ele não acreditava nela, mas ela não podia desistir. Havia algo maligno naquela prisão, e ela precisava descobrir o que era antes que fosse tarde demais.

Naquela noite, enquanto ela estava em seu escritório revisando os relatórios, ouviu um barulho vindo do corredor. Era o mesmo som que ela ouvira antes, como algo se arrastando. Ela se levantou, pegando uma lanterna, e saiu para investigar.

O corredor estava escuro, mas ela podia ver uma figura ao longe, parada no meio do caminho. Era alta, magra, com contornos indistintos, como se fosse feita de escuridão pura. Rita sentiu um frio percorrer seu corpo. Ela sabia que aquilo não era humano.

A figura começou a se mover em sua direção, lentamente, sem fazer barulho. Rita recuou, tentando manter a calma, mas o medo a dominava. Ela sabia que precisava fugir, mas suas pernas pareciam presas no chão.

 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog