Carlos sempre foi um sujeito comum, com uma vida comum, em uma cidade comum. Não era um santo, nem de longe, mas também não era um vilão digno de um filme de ação. Quando sofreu um acidente de trânsito, seu primeiro pensamento não foi sobre o paraíso ou o inferno, mas sim sobre a falta de gasolina no carro. E foi assim que ele acabou no Inferno, de uma maneira completamente inesperada e, sinceramente, inconveniente. Assim que Carlos abriu os olhos, esperava ver fogo, enxofre, talvez até umas criaturas medonhas com tridentes prontos para espetá-lo. Mas, para sua surpresa, encontrou-se em algo que parecia uma versão decadente de um aeroporto. Havia bancos de plástico, uma luz fluorescente irritantemente brilhante, e um elevador ao fundo, de onde saíam pessoas com expressões variadas, de perplexidade a pura indignação. "Bem-vindo ao Inferno!" disse uma voz animada. Carlos virou-se para ver um demônio de estatura média, usando uma camiseta havaiana e chinelos, e um crachá q...